São Paulo fala desse dom carismático na primeira carta aos Coríntios,
cap 12 e 14. O nome técnico é glossolalia. O Apóstolo diz que
quem ora em línguas não fala aos homens, mas a Deus, e diz coisas
ininteligíveis aos homens. Há poucos relatos desse dom na vida dos
santos, especialmente dos santos doutores. Com o advento da
Renovação Carismática Católica, em 1967 nos Estados Unidos, a
vivência desse dom se multiplicou entre os carismáticos,
especialmente nos grupos de oração. Tem sido fortemente incentivado
pelos líderes da RCC; padre Jonas Abib, padre Robert De Grandis,
americano, e muitos outros. Nunca vi e nem li um documento da Santa
Sé sobre o assunto; também aguardo alguma posição do Vaticano.
Embora o dom seja real e possa existir, no entanto, me parece
que está sendo forçado a sua vivência, como que obrigando-se e
forçando-se as pessoas a viverem-no. Isto não me parece
correto; pois o Catecismo diz que não devemos pedir dons
extraordinários a Deus de maneira temerária.
O único documento que fala sobre isto é o Doc 53 da CNBB sobre a RCC,
que diz: 63. Orar e falar em línguas: O destinatário da oração em
línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em
conversa particular com Deus. E o destinatário do falar em línguas é
a comunidade. O apóstolo Paulo ensina: Numa assembléia prefiro dizer
cinco palavras com a minha inteligência para instruir também aos
outros, a dizer dez mil palavras em línguas (1 Cor 14,19). Como é
difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo
e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive a
chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem
que haja interprete.
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