Encíclica Fé e razão – Papa João Paulo II


Cientificismo – só valoriza as teses das ciências positivas e nenospreza o conhecimento religioso e o saber ético: estes seriam do domínio da imaginação ou do irracional. A conseqüência desta posição é que tudo quanto se pode realizar no plano da tecnologia é admissível no plano da Moral (Cf. nº 88).

Pragmatismo – que tudo julga em função da sua utilidade ou de suas aplicações práticas excluindo o recurso a reflexões abstratas e avaliações éticas. Estas concepções tem tido muita voga na política: há certas formas de democracia que julgam a viabilidade ética de determinado comportamento com base apenas no voto da maioria parlamentar: a vida humana é valorizada tão somente pela sua capacidade de produzir e servir; donde se seguem a legalização do aborto e da eutanásia (Cf. n. 89).

Niilismo – que é a negação de qualquer verdade objetiva e a destruição da dignidade humana; a pessoa é assim levada ao desespero da solidão (Cf. n. 90).

“Pós-modernidade” com que alguns pensadores designam a nossa época. Para alguns filósofos, quer dizer que “o tempo das certezas está irremediavelmente ultrapassado, de modo que o homem deveria viver num mundo de total ausência de sentido, onde tudo é provisório e efêmero; assim, estariam extintas até mesmo as certezas da fé (Cf. n0- 91).

Diz o Papa:
“lludindo-o, vários sistemas filosóficos convenceram-no de que ele é senhor absoluto de si mesmo, que pode decidir autonomamente sobre o seu destino e a seu futuro, confiando apenas em si próprio e nas suas forças. Ora esta nunca poderá ser a grandeza do homem. Para a sua realização, será determinante apenas a opção de viver na verdade, construindo a própria casa à sombra da Sabedoria e nela habitando. Só neste horizonte da verdade poderá compreender, com toda a clareza, a sua liberdade e a sua vocação ao amor e ao conhecimento de Deus como suprema realização de si mesma” (nº 107).

Ciência não consegue explicar criação

O papa Bento XVI, que pela primeira vez desde que assumiu como pontífice elaborou suas visões sobre a evolução, afirmou que a ciência estreitou a maneira como as origens da vida são entendidas e que os cristãos deveriam adotar uma posição mais ampla em relação à questão.

O papa afirma também que a teoria darwinista da evolução não pode ser provada completamente porque as mutações ao longo de centenas de milhares de anos não podem ser reproduzidas em laboratório.

Mas Bento XVI, cujas declarações foram publicadas , no livro “Schoepfung und Evolution” (Criação e Evolução), elogiou o progresso científico e não endossou as visões criacionista ou de “design inteligente” sobre a origem da vida.

Estes argumentos, propostos principalmente por protestantes conservadores e derivados de cientistas, provocam batalhas sobre o ensino da evolução nos Estados Unidos. Alguns cristãos europeus e turcos muçulmanos reproduziram recentemente estas visões.

“A ciência abriu grandes dimensões da razão…e por isso nos trouxe novas percepções”, disse o papa, ex-professor de teologia, em um seminário fechado com seus antigos estudantes de doutorado em setembro, documentado pelo livro.

“Mas na alegria com a amplitude de suas descobertas, tende a nos afastar das dimensões da causa que ainda precisamos. Seus resultados levam a questões que vão além de suas regras de método e não podem ser respondidas dentro dele”, disse. “O tema está retomando uma dimensão de causa que perdemos”, afirmou, acrescentando que o debate da evolução trata na verdade “das grandes questões fundamentais da filosofia de onde vieram o homem e o mundo e para onde estão indo.”

O “design inteligente” argumenta que algumas formas de vida são complexas demais para terem evoluído ao acaso, como Charles Darwin propôs em seu livro de 1859 “A Origem das Espécies”. A teoria afirma que uma inteligência maior deve ter feito isso, mas não a menciona como Deus.

No livro, Bento XVI defende o que ficou conhecido como “evolução teísta”, a visão das igrejas Católica Romana de que Deus criou a vida através da evolução e que religião e ciência não precisam confrontar-se por isso.

Ele argumenta que a evolução tem uma racionalidade que a teoria de seleção puramente aleatória não consegue explicar. “O processo em si é racional, apesar dos erros e da confusão quando passa por um corredor estreito, escolhendo algumas poucas mutações positivas e usando baixa probabilidade”, disse.

“Isso…inevitavelmente leva à questão que vai além da ciência…de onde vem esta racionalidade?”, pergunta. Em resposta à própria questão, ele afirma que vem da “razão de criação” de Deus.

Fonte: Reuters

“A fé e a razão são as duas asas com as quais o espírito humano alça vôo para contemplar a verdade” (João Paulo II, Fides et ratio, 1)

“A ciência verdadeira contrariamente a arriscadas afirmações do século passado, quanto mais avança tanto mais descobre Deus, como se Ele estivesse vigiando à espera, por trás de cada porta que a ciência abre…”. (Pio XII, 1951)

Papa Pio XII na encíclica “Humani generis” de 12.08.1950:

“O Magistério da Igreja não proíbe que, em conformidade com o atual estado das ciências e da teologia, seja objeto de pesquisas e de discussões, por parte dos competentes em ambos os campos, a doutrina do evolucionismo, enquanto ela investiga a origem do corpo humano, que proviria de matéria orgânica preexistente (a fé católica nos obriga a professar que as almas são criadas imediatamente por Deus). Isto, porém, deve ser feito de tal maneira que as razões das duas opiniões, isto é, da que é favorável e da que é contrária ao evolucionismo, sejam ponderadas e julgadas com a necessária seriedade, moderação, justa medida e contanto que todos estejam dispostos a se sujeitarem ao juízo da Igreja, à qual Cristo confiou o ofício de interpretar autenticamente a S. Escritura e de defender os dogmas da fé”.

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