Paulo nasceu em Tarso na região da Cicília, Ásia Menor, atual Turquia. Cidade bonita, grande, com mais ou menos 300.000 habitantes, era um centro importante de cultura e comércio e possuía um porto muito ativo.
Nascido numa família judaica, Paulo foi criado dentro das exigências da LEI DE DEUS e das tradições paternas (Gl 1, 14).
Nasceu e cresceu em um ambiente protegido e rígido de um bairro judeu e de lá observava a grande cidade grega e seus costumes. Estes dois ambientes marcaram sua vida.
Ele tinha dois nomes, um para cada ambiente: SAULO, nome judaico (At 7, 58) e PAULO, nome grego (At 13, 9). Ele prefere e assina Paulo, mas Deus o chama de Saulo, nome que determina qual era o seu povo, judeu.
Como todos os meninos, judeus da época, Paulo recebeu sua formação básica na casa dos pais, na sinagoga do bairro e na escola ligada à sinagoga. A formação básica compreendia:
– aprender a ler e escrever;
– estudar a Lei de Deus e a história do povo judeu;
– assimilar as tradições religiosas;
– aprender as orações, especialmente os salmos.
O método era: pergunta e resposta, repetir e decorar, disciplina e convivência.
Além da formação básica em Tarso, Paulo recebeu formação superior em Jerusalém com Gamaliel (At 22, 3). Esse estudo compreendia:
A Lei de Deus, chamada Torá, que são os primeiros cinco livros da Bíblia (Pentateuco): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O estudo se fazia por meio de leitura freqüente até conhecer tudo de memória.
A tradição dos antigos: atualizava a LEI DE DEUS para o povo. Tinha duas partes: o HALAKÁ, ensinava como viver a vida de acordo com a Lei de Deus e o HAGADÁ, ensinava como viver a vida do povo e das pessoas.
A interpretação da Bíblia, chamada MIDRSH, ensinava as regras e o jeito de se buscar o sentido da Sagrada Escritura para a vida do povo e das pessoas.
CONVERSÃO DE SÃO PAULO
– Saulo, Saulo. Por que me persegues?
– Quem és, Senhor?
– Eu sou Jesus a quem persegues.
– Senhor, que queres que eu faça?
– Levanta-te, entra na cidade. Aí será dito o que deves fazer.
– Levanta-te, entra na cidade. Aí será dito o que deves fazer.
Paulo se levanta, abre os olhos e nada enxerga. Está cego!
Encontra-se com Ananias na cidade de Damasco, que lhe impõe as mãos e ele recupera a visão. Ananias batiza-o em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e Paulo começa a pregar a Palavra de Deus.
A conversão de Paulo para Cristo significou uma mudança profunda na sua vida, mas não foi uma troca de Deus, Paulo continuou fiel a Deus e a seu povo. Tornou-se cristão pela vontade de ser fiel às esperanças de seu povo aceitando Jesus como o Messias. Reconheceu em Jesus o SIM de Deus às promessas feitas a seu povo no passado. A experiência de Paulo passa pelo testemunho de Estevão.
Comemoramos em 25 de janeiro a data da Conversão de São Paulo Apóstolo. Cabe a nós cristãos, refletir qual o testemunho que estamos dando ao próximo! Será que ao olharem para as nossas obras, quem está ao nosso lado deseja ser melhor? Ser CRISTÃO?
Escolhido por Jesus para o apostolado, Paulo sabia que sua missão não era outra a não ser pregar e difundir o Evangelho. E isto significava, para ele, mostrar a todos a figura de Cristo como Mestre e Salvador do mundo. Daí a sua profunda humildade, mostrando-nos que, na sua missão de evangelizador, ele não buscava pregar a si mesmo ou fazer alarde da sua sabedoria. Era apenas um servidor do Evangelho e isso pela vontade daquele que o escolhera: “Sou o último dos apóstolos e nem mereço ser chamado assim, pois vivi perseguindo a Igreja de Deus” (I Cor 15, 9).
O apóstolo reconhecia que seu físico franzino, os parcos recursos de sua voz e de seus gestos não podiam apresentá-lo aos seus ouvintes como um grande e imponente orador. Além disso, a doutrina que pregava não oferecia assuntos ou mensagens de sabedoria humana.
Por isso, apoiava-se unicamente na sua fé, na sua profunda convicção, aliadas a uma imbatível perseverança em meio a todos os sofrimentos.
Suas cartas mostram o feitio humilde e despretensioso do grande Evangelizador. Em diversas passagens aparece a constante preocupação do Apóstolo em falar simples e ao alcance de todos.
“Para os perfeitos falamos de uma sabedoria, mas não da sabedoria deste mundo. Não falamos com palavras estudadas de acordo com a sabedoria humana, mas com os recursos do Espírito, propondo verdades do Espírito às pessoas que vivem do Espírito” (I Cor 1, 13).
O Evangelizador não se preocupava em receber elogios, nem com fazer amizades ou admiradores. Seu único desejo era pregar o Evangelho levando a todos o conhecimento de Cristo, a única Verdade. Podemos dizer que esta foi a idéia fixa que o levou a suportar todas as lutas, todos os sacrifícios e perseguições: “Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja sempre em nome de Jesus, dando por Ele, graças a Deus” (Cl 3, 17).
Paulo tinha consciência de sua missão e nada deste mundo o iria afastar do cumprimento do seu dever. Certo de que Deus o escolhera, ele saberia corresponder, custasse o que custasse.
Sentindo-se devedor a todos, Paulo sabia que a sua dívida maior era com Cristo. Aquele Saulo, perseguidor implacável da Igreja e pavor dos primeiros cristãos; este foi o homem que Cristo escolheu para levar o Evangelho ao mundo.
E foi para cumprir a sua missão que ele viveu viajando sempre, sem descanso. Sofrimentos de toda sorte, até mesmo o martírio, tudo ele aceitou para de alguma forma, retribuir a sua escolha para o apostolado.
Na sua segunda carta a Timóteo 2, 9, Paulo diz que embora ele estivesse preso, a Palavra de Deus nunca seria encarcerada. De fato, confinado em sua casa em Roma e mesmo no cárcere, o Apóstolo continuou pregando e fazendo discípulos. Somente a morte pôde calar sua voz, no entanto suas palavras, seu testemunho permanecem até hoje entre nós. Sua morte foi a sua pregação mais forte e impressionante. A Igreja a celebra todos os anos no dia 29 de junho para que lembremos sempre desse apóstolo que foi aquele que mais divulgou e viveu as palavras do Evangelho.
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