Pedro, tu me amas? Pedro, tu me amas? Pedro, tu me amas?

Qual seria a intenção de Jesus ao perguntar recorrentemente sobre o sentimento de Pedro? O apóstolo, que por três vezes, negou conhece-Lo a caminho da crucificação? O filho de Jonas, meio desconcertado responde dizendo amar Jesus com amor fhileo. Um sentimento carinhoso, afetuoso, mas limitado em suas proporções, ainda distante do amor Ágape, perfeito, incondicional e insistente porque é longânime.

Esse amor, Pedro desconhecia. Mesmo estando tão perto e sendo por ele moldado. Pedro ainda não havia se dado conta da dimensão do amor do Reino.O Ágape se estende sobre nós dia após dia como proteção e cuidado, com a graça constante que nunca falha a perguntar-nos: Tu me amas? Tu me amas? Tu me amas? É a mesma voz, insistente que nos persegue. Apesar dos erros, dos medos, da vergonha, da ingratidão e toda nossa imperfeição.

É o mesmo Ágape que nos remete ao calvário. Que deu forças ao frágil e abatido corpo de Jesus (Is 53:3), fazendo-o resistir à dor do desamor, porque insistentemente em seu coração fluía os rostos dos “Pedros” que precisavam mergulhar no Ágape em um encontro com a felicidade.

Junto ao Tiberíades

É as margens do lago em Jerusalém que Jesus mantêm com o filho de Jonas, aquele diálogo. Ressurreto, Ele reaparece pela terceira vez e encontra Pedro e alguns companheiros em uma tentativa frustada de pesca: “Naquela noite nada apanharam” Jo 21: 3.

É estranho ver fracassar os homens que andaram com Jesus e viram barcos irem a pique por tantos peixes, pães e peixes se multiplicarem a ponto de sobejar. Lá estavam eles, de redes vazias. Disse-lhe, pois Jesus: Filhos tendes alguma coisa para comer? Responderam-lhe: Não (Jo 21:5). As lições que haviam aprendido pareciam ter fugido dos sentidos. Onde estava a fé? Aquela não era a resposta que Jesus queria e merecia ouvir. Não havia por ali nem mesmo dois peixinhos?

E em uma demonstração de poder, misericórdia e insistente amor, Jesus diz: Lançai a rede (Jo 21:6), é ai que do Ágape surge à multidão de peixes e por este milagre, todos reconhecem que aquele estranho era Jesus. Simão Pedro, envergonhado, por estar nu (sem nada por baixo da túnica), apressadamente entra no mar.

O Amor Restaura

Não foram tantos os dias que os discípulos ficaram distantes de Jesus, mas já havia um abismo entre o que viram, viveram e aprenderam e o estado onde estavam. Estar acompanhado com os que amam, não necessariamente significa amar. Os discípulos, precisavam do ágape dentro deles! Jesus estava ali, naquele informal encontro para dizer-lhes que havia um tipo de amor que valia a pena ser vivido, buscado, encontrado. Ele era esse amor!

Pedro, tu me amas? Pedro, tu sabes o que é amar? Pedro, tu sabes que te amo?

Só existia uma maneira de responder satisfatoriamente a pergunta de Jesus. Não era com a mente, nem com a diplomacia que o companheirismo rega, era com o coração, com um mergulho dentro do ser. Pedro precisava fazer essa reflexão. E foi quando reconheceu sua fragilidade e nudez da alma: “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo” Jo 21:17 que Jesus o considerou pronto:” Pedro, iras morrer por amor a mim” Jo 21:18

Revestido de Ágape

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” I Pedro 1:23.

È Pedro quem escreve o verso acima. Agora ele já não falava mais de fhileo, mas tendo sido gerado de novo, demonstra conhecimento profundo da dimensão do amor do Reino. Se antes ele fugia da morte alheia, por vergonha, medo, falta de amor… agora ele, seria o sacrifício. Não por fruto de seu limitado amor, mas por revestimento do Ágape. Este que não o acovardou, mas o fez entregue, na certeza de reencontro com Aquele que o transformou. Pedro foi vencido pelo insistente amor. E é esse amor que releva nossas falhas e a exemplo de Pedro nos reveste para a eternidade.

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