SEGUNDA VINDA DE CRISTO NA BÍBLIA

A Igreja tem acompanhado com fé e esperança, ao longo de sua história, a Parusia (Segunda vinda de Cristo) que é proclamada diariamente nas celebrações litúrgicas, logo após o Pai Nosso, quando o celebrante inicia com:

“Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz… enquanto vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador”.

E ainda durante a Oração Eucarística:

“Toda vez que se come deste pão e se bebe deste vinho se recorda a paixão de Jesus Cristo e se fica esperando sua volta!”

No início do cristianismo, esta esperança permaneceu, desde o dia da ascensão, quando o anjo proclamou para os que assistiam:

“Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Este Jesus, que vos foi arrebatado para o céu, há de vir do mesmo modo como vistes partir”. (At 1,11).

Sendo assim, toda aquela geração, inclusive Paulo, estava certa de que viveriam este momento único.

Os Tessalonicenses recusaram-se a trabalhar e a fazerem projetos futuros esperando a qualquer momento o “fim do mundo”.

Paulo em II Ts 2,3 adverte-os alertando que antes do fim deve advir a ‘apostasia’ (perca da fé).

O Espírito Santo acompanhou a todos os iluminando para que, enquanto aguardavam o reencontro com o mestre, procurassem viver na fé, buscando a conversão através de obediência aos Seus ensinamentos.

Oravam, vigiavam e anunciavam a Boa Nova, sempre esperando conforme afirma Ap 22,20: “Vem, Senhor Jesus!”.

Depois disto, muitos foram os homens que, desconhecendo a Palavra de Deus, foram além, chegando a fixar datas para este acontecimento colocando, na maioria das vezes, o medo, o pavor, evidenciando a grande tribulação, mostrando interesse no aspecto humano e não no espiritual que seria o de preparar cada um, individualmente, evangelizando-os, formando-os para que fortalecidos na fé, enxerguem o essencial que vem depois, por que “Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido”. (I Cor 13,12).

Esta preocupação em marcar datas vai contra a palavra de Deus, onde o próprio Jesus diz que:

“Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai”. (Mt 24,36).

São Lucas narra em seu Evangelho que haverá sinais precursores que acompanharão o “Dia do Senhor”, como alguns fenômenos naturais, celestes e terrestres.

“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas” (Lc 21,25-26).

Em II Tm 3,1-7:

“Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te! Deles fazem parte os que se insinuam jeitosamente pelas casas e enfeitiçam mulherzinhas carregadas de pecados, atormentadas por toda espécie de paixões, sempre a aprender sem nunca chegar ao conhecimento da verdade…”

Será que reconhecemos, no tempo atual, alguma semelhança com estas revelações?

A palavra de Deus nos fala de vários sinais e Jesus afirma que “… o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13,31).

Por tudo isso, precisamos ficar em alerta, orando e vigiando, pois não sabemos quando será o momento, embora o aguardamos para estarmos na Jerusalém Celeste, onde teremos uma vida de comunhão com Deus (Ap 22,4), de descanso (Ap 21,4), de santidade (Ap 21, 27), de gozo (Ap 21,4), então obteremos o pleno conhecimento (I Cor 13,12) na Glória Eterna (II Cor 4,17).

Como então não desejarmos este momento no qual alcançaremos o fim a que fomos destinados?

Nesta espera, cabe a nós o esforço para vivermos o chamado maior.

Entre a ascensão de Jesus e o último dia situa-se o tempo da Igreja e é nele que nos colocaremos tendo a consciência de que o testemunho não se dá só por palavras.

Este também é um grande sinal do segundo Advento, o viver em comunidade na fidelidade a Jesus.

Estes tempos finais experimentados pelos cristãos decididos e corajosos, hão de nos conduzir para Deus, através da obediência que nos chama a perseverar “na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42) indo sempre em busca do chamado vivido pela igreja primitiva: a pregação do Evangelho em todo o mundo.

“E esta uma boa nova do reino será pregada em toda a Terra, em testemunho a todo o mundo. E então virá o fim”. (Mt 24,14)

Queremos a salvação de todos, Ele quer a todos dar o conhecimento do seu Evangelho, embora nem todos o aceitem, quer dar a cada um a possibilidade de ser salvo.

A Igreja, isto é, cada um de nós, procura difundir o Evangelho esperando, com o coração cheio da mais pura alegria, confiante na Palavra do Senhor onde diz:

“Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério” (II Tm 4,1-5).

Essa é a nossa missão, esse é o nosso chamado preparemo-nos para receber o Senhor que vem:

“Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,20).

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