O Magistério , através do ” Catecismo da Igreja Católica ” (ítem – número 767) – acentua o papel do Espírito Santo – na preparação e na santificação da Igreja , dizendo : “Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho – para realizar na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes – para santificar a Igreja PERMANENTEMENTE (LG 4 ) –
Foi então que “a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação” Por ser CONVOCAÇÃO de todos os homens para a salvação, a Igreja é – pela sua própria natureza, MISSIONARIA – enviada por Cristo a todas as nações para fazer deles discípulos” (Ver Mat 28,18b -20 que diz : “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei. Eis que eu estou convosco, todos os dias, até o fim do mundo”.
“Para realizar a sua missão, o Espírito Santo – dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos. Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador e observando fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de estabelecê-lo em todos os povos – deste Reino a Igreja constituiu na terra O GERME E O INÍCIO.” – (Cat Católico 768).
A experiência vivida pelas pessoas – tem função catequética, porque a individuação ( a experiência pessoal ) será utilizada para formar, para motivar as outras pessoas na experiência da fé , experimentada pelos que estavam presentes em Pentecostes.
É isto justamente o que o Espírito Santo provoca nas pessoas que estavam reunidas. É a partir daí que a Comunidade começa a existir – começa “a esquentar” – após o fogo do Espírito Santo. Antes disso só podemos pensar em grupos que se reúnem – em torno de um objetivo : – “Todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus “. – ( Atos 1,14)
Esses “grupos” conhecerem a pessoa de Jesus – e depois – fizeram experiência do encontro com o Ressuscitado. Mas isto não bastava – era preciso que se cumprisse a promessa de Jesus – que recomendara que eles não se afastassem de Jerusalém e aguardassem a vinda do paráclito a manifestação do Pentecostes a promessa de Jesus se realizou.
A iniciativa de criar comunidades ( na verdade, de criar a Igreja ) é do Espírito Santo que move as pessoas. Depois do Pentecostes o grupo dos 120 , das mulheres – se constitui numa grande comunidade. Eles sentem e percebem o chamado e a convocação para essa união mais ampla. Pedro passa à frente – como um sinal – muito claro de quem passa a liderar ( “Pedro, apascenta as minhas ovelhas” – sugere Jesus ).
Com o Espírito Santo – aparece a consciência de Comunidade – de Eclésia (assembléia ) , ou seja de Igreja, realidade marcada por muito entusiasmo, êxtase, coragem e destemor.
Fica também muito forte para os presentes “a pertença a um único Espírito – a pertença ao Espírito Santo de Deus. Espírito que gera o amor e o congraçamento; espírito que cada pessoa manifesta a seu modo e com a sua cultura. Espírito que provoca e desperta dons , como o das línguas (glossolália).
O que se torna claro para todos nós é a atuação do Espírito Santo na Comunidade atingida em Pentecostes – provocando o surgimento e a difusão do Evangelho, oficializando o nascimento da Igreja que irá se alastrar fora dos muros de Jerusalém.
Desde o início, Jesus associou seus discípulos á sua vida quando lhes falava do Reino dos Céus – Por isso, após o Pentecostes os apóstolos começam a propagar a doutrina de Jesus r no meio do povo. Os apóstolos permaneceram em Jerusalém cerca de três anos. Ai se formou a primeira comunidade cristã e desses muitos conheceram Jesus pessoalmente.
Os apóstolos faziam parte da comunidade, dando testemunhos da ressurreição do Senhos e tendo Cristo como centro da vida em comunidade. O Espírito santo unia e animava a todos. Naquele tempo eles aguardavam para breve o retorno de Jesus. Os pontos de destaque na comunidade eram estes :
A – todos perseveravam no ensino dos Apóstolos,
B – celebravam a Eucaristia (fração do pão) no primeiro dia da semana,
C – eram assíduos na oração,
D – repartiam seus bens com os necessitados ,
E – tinham um só coração e uma só alma,
F – Deus fazia milagres por meio dos Apóstolos,
G- a comunidade aumentava a cada dia.
A ruptura com o judaísmo se manifestou muito cedo, logo no início dessas pregações – porque a religião cristã – que estava se iniciando desejava ser UNIVERSAL – empenhando-se para que todos os homens se salvassem -. Inspirando-se no desejo de Jesus: “Não quero perder nenhuma das pessoas que Tu me destes, Ó Pai “. Ora, essa atitude religiosa confrontava-se com as normas da Lei judaíca – para quem – os “de fora ” do judaísmo não tinham vez no reino de Deus. Na verdade existia uma certa repulsa por aqueles que não obedeciam a Lei de Moisés e o legalismo judaíco.
Assim, os apóstolos e cristãos dessa época encontravam muito resistência da parte dos judeus, como também encontravam resistência do mundo pagão, fora da Palestina. Embora os judeus não gostassem – os apóstolos continuavam a freqüentar o Templo – até sua destruição , ocorrida no ano 70 , pelos romanos. “Não ficará pedra sobre pedra “- havia profetizado Jesus anos antes.
Desaparecendo o Templo – desaparece também a liturgia sacrifical – e os judeus e cristãos passaram a utilizar sistematicamente a sinagoga que começcaram a se alastrar, com rapidez . Há registros de que Roma possuía 13 sinagogas no início desse século.
Assim, pela indiferença como eram tratados, os cristãos promoviam reuniões em casas de amigos e conhecidos, para a oração em comum e para a fração do pão Nos primeiros duzentos anos esses fiéis não construíram templos ou igrejas – Eles estavam convencidos de que o verdadeiro templo do Deus vivo – consistia na sua própria assembléia – ademais que o Apóstolo Paulo afirmava que -” É santo o templo de Deus, que sois vós ” – ver (1Cor 3,17).
É compreensível pois – que os cristãos dos dois primeiros séculos – não tenham pensado em construir lugares específicos para o culto . Bastava na ocasião, um ampla sala doméstica – que abrigasse a igreja local – quando então celebravam a Ceia Eucarística, depois de haverem lido os escritos dos apóstolos.
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