DOMINGO DE PENTECOSTES 2015
Celebramos no domingo a festa de PENTECOSTES.
Recordamos o “Dom” do Espírito Santo e
o final do tempo pascal.
PENTECOSTES era uma festa judaica muito antiga,
celebrada 50 dias após a Páscoa.
Inicialmente, era uma festa agrícola em agradecimento a Deus pelas colheitas.
Depois o povo começou a celebrar nela a ALIANÇA,
o dom da LEI no Sinai e a constituição do Povo de Deus,
fato acontecido 50 dias depois da saída do Egito…
acompanhado de trovões, relâmpagos, trombetas, vento forte…
A 1ª Leitura e o Evangelho descrevem o PENTECOSTES CRISTÃO.
O Espírito presente no início da vinda pública de Jesus,
está presente também no início da atividade missionária da Igreja.
As narrativas são diferentes e até divergentes, mas se completam:
+ São Lucas faz coincidir o Pentecostes cristão com o Pentecostes judaico…
para mostrar que o ESPÍRITO é a LEI da NOVA ALIANÇA
e que, por ele, se constitui um NOVO POVO DE DEUS
Por isso, relata o FATO entre raios e trovões,
inspirando-se na narrativa da entrega da Lei no Sinai. (At 2,1-11)
– Os apóstolos estão reunidos… trancados numa casa…
O fogo do Espírito se reparte em forma de línguas sobre cada um deles.
Eles saem do cenáculo e, em praça pública começam a falar
do Cristo ressuscitado, com grande entusiasmo e sabedoria.
É a primeira e grande manifestação missionária da Igreja.
E seus missionários são os doze apóstolos.
– E o povo espantado se questiona: “Como os escutamos na nossa língua?”
O texto nos faz lembrar a Torre de Babel (Gn 11):
– Lá ninguém se entende mais… Aqui acontece o contrário:
Por obra do Espírito Santo, todos falam uma língua
que todos compreendem e que une a todos: a linguagem do amor.
– A intenção de Lucas é apresentar a Igreja como a Comunidade
que nasce de Jesus, que é animada pelo Espírito e que é chamada
a testemunhar aos homens o projeto libertador do Pai.
+ São João colocou o Dom do Espírito Santo no dia da Páscoa. (Jo 20,19-23)
Os Sinais (“anoitecer”, “portas fechadas”, “medo”) revelam a situação
de uma Comunidade desamparada, desorientada e insegura.
Jesus aparece “no meio deles” e lhes deseja a “PAZ”.
Confia a Missão: “Como o Pai me enviou, eu VOS ENVIO”.
“Soprou” sobre eles e falou: “Recebei o ESPÍRITO SANTO”.
– Nessa perspectiva, Páscoa e Pentecostes são partes do mesmo acontecimento.
* A preocupação dos evangelistas não foi escrever uma crônica histórica,
mas uma catequese sobre o Mistério Pascal e a Igreja
Afirmam a mesma coisa, expressando-se numa linguagem diferente.
– Para LUCAS: A Igreja é uma Comunidade que nasce de Jesus,
é animada pelo Espírito e é chamada a testemunhar aos homens o projeto do Pai.
O Espírito é a LEI NOVA que orienta a caminhada dos crentes.
Ele criou uma nova comunidade, capaz de ultrapassar as diferenças e
unir todos os povos numa mesma comunidade de amor.
– Para JOÃO, a Igreja é uma Comunidade construída ao redor de Jesus
e animada pelo Espírito, que a torna viva e “recriada”.
O Espírito é esse “sopro” de vida que a faz vencer o medo e as limitações
e dar testemunho no mundo desse amor,
que Jesus viveu até às ultimas conseqüências.
– Para PAULO, a Igreja é o “Corpo Místico de Cristo”. (1Cor 12, 3b-712-13)
Apesar da diversidade dos membros e das funções, o Corpo é um só.
Mas é o mesmo ESPÍRITO que alimenta e dá vida a esse corpo.
O Salmista convida a bendizer o Deus Criador,
que dá força e vida às criaturas por seu Espírito. (Sl 104)
O Pentecostes continua: Diante desse fato grandioso,
talvez invejamos a sorte dos apóstolos e esquecemos
que o Pentecostes continua em nossa vida e na vida da Igreja…
– Em NOSSA VIDA houve um Pentecostes: A CRISMA,
quando recebemos a plenitude do Espírito Santo para cumprir nossa missão…
– Na VIDA DA IGREJA, que nasceu no Pentecostes e
continua a ser recriada pelo Espírito. O Espírito Santo é a alma da Igreja.
+ O cristão é um enviado:
“Como o Pai me enviou, eu também vos envio”.
– Para promover a PAZ.
É um dom precioso e ausente muitas vezes no mundo.
Cristo e seu Espírito são fontes de paz para que o mundo creia.
– Para experimentar o PERDÃO e a MISERICÓRDIA (dado e recebido).
O perdão e a misericórdia são as atitudes da Igreja diante do mundo.
– Para construir a COMUNIDADE.
O Espírito de Deus foi derramado em cada um para conseguir
a unidade de todos no amor.
FAZER MEMÓRIA do Pentecostes na vida a Igreja em sua origem,
é tomar consciência que o mesmo Espírito que suscitou novas energias
quando tudo parecia acabado, manifesta-se agora com toda a sua força,
em meio aos desafios do nosso tempo, na fragilidade da própria Igreja.
O papa Francisco tem se tornado um sinal desta fecundidade do Espírito,
capaz de gerar vida, onde prevalecem sinais de desânimo e mediocridade.(FONTE: B N AGUAS)
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