Tédio – em algumas comunidades, os Avisos Paroquiais configuram o momento mais tedioso da celebração. Em outras, patéticos como o horário político na televisão. No final da missa, o povo já está cansado de ouvir e está com pressa para sair da igreja. É avisado aquilo que não desperta a menor atenção.
Desinteresse – alguns avisos são desnecessários, por exemplo, “missa do Apostolado da Oração na primeira sexta-feira do mês”; outros, inoportunos, “bingo na associação de moradores” (somos Igreja ou cassino?); outros, não entendidos, “palestra sobre família na sexta-feira”…
Memorização – se forem pronunciados apenas três avisos, muito bem elaborados, um simples fiel conseguirá memorizar pelo menos um aviso; ao estar saindo da igreja, possivelmente já não lembrará dos outros dois avisos. É tempo perdido dar mais do que três avisos. É constatado que o fiel comum não lembra o Evangelho que foi proclamado e não lembra de nenhuma Prece dos Fiéis que foi lida na missa. Se há vários avisos que são imprescindíveis, a solução é imprimir cópias em papel e distribuir no final da missa.
Código – o aviso de missa tem que levar em conta que é um texto que é redigido para ser falado (código oral) por uma pessoa (emissor) e ouvido por outra (receptor). É um texto diferente daquele que é escrito para ser lido com os olhos (código criptografado) e compreendido pelo intelecto.
Eficiência – um aviso eficiente segue as leis do marketing: anunciar uma novidade, despertar um interesse, mover para uma ação, ter um objetivo alcançado. Se um aviso de missa não motiva ninguém a participar de algum evento (retiro, encontro de formação, visita, palestra…), o aviso foi ineficiente.
Técnica – um aviso tem que levar em conta a técnica de redação de uma notícia, o lead (cabeçalho), que contém os 5 ‘W’ e um ‘H’: Who (quem?), What (o quê?), Where (onde?), When (quando?), Why (por quê?), How (como?).
Exemplo – “Palestra sobre drogas: na próxima sexta-feira, dia 10 de setembro, às 20 horas, no salão paroquial, haverá uma palestra sobre drogas. O palestrante é o Doutor Edson, membro da Pastoral Familiar. Os convidados para a palestra são as pessoas que tiveram alguém da família envolvido com drogas. Não precisa fazer inscrição e nem pagar taxa. Quem vier na palestra, ganhará de brinde uma cartilha sobre drogas” (a repetição das palavras droga e palestra é intencional para facilitar a memorização).
Clareza – anunciar em forma de manchete: “palestra sobre drogas”. Depois, descrever o dia da semana, a data no mês e a hora. Descrever o local e o assunto. Explicar quem vai falar e quem é o público convidado para ouvir. Motivar as pessoas, falando das vantagens: palestra gratuita, cartilha dada de brinde…
Quem avisa – de preferência, o coordenador da comunidade, ou o presidente do conselho de pastoral. É ele quem deve decidir o quê será avisado, fazer a redação do texto e providenciar uma pessoa de boa leitura para ‘dar’ os avisos. O padre não deve ser o dono-dos-avisos (centralizador) e nem qualquer pessoa pode falar (vender) o que quiser.
Quando se avisa – depois da oração pós-comunhão, antes da bênção final; não no momento da ação de graças.
O quê se avisa – “terminada a oração depois da comunhão, podem ser feitas, se necessário, breves comunicações ao povo” (IGMR 123). Na igreja, se avisa aquilo que tem a ver com a evangelização, com a pastoral, com a catequese, com a liturgia… O público-alvo dos avisos são os fiéis presentes na celebração e não os ausentes; por isso, a mensagem tem que ser do interesse deles. O evento tem que ser da semanaem curso. Não se avisa aquilo que vai acontecer num futuro muito longínquo. Uma cópia da folha de avisos, impressa ou fotocopiada, dever ser afixada no quadro-mural; se alguém se interessou por algo e não conseguir memorizar, pode conferir no quadro-mural.
O quê não se avisa – anúncio de bingo, quermesse, mutirão, passeio, passeata, abaixo-assinado… isso deve ser feito através de outro veículo, como panfleto, boletim impresso, cartaz afixado no quadro-mural. Aviso de missa noticia o que vai acontecer; notícia noticia o que aconteceu. Se os aniversariantes da semana forem chamados à frente, no mínimo se deve dar um presentinho para cada aniversariante. Cantar ‘Parabéns’ para aniversariantes, só quando a equipe litúrgica sabe o nome completo do aniversariante e providenciou um presente para cada aniversariante.
* Intenções da Missa: em cada comunidade, o costume é diferente. Normalmente, as intenções, por falecidos e outras, são lidas antes da missa. A leitura deve começar com antecedência suficiente para não atrasar o horário do início da celebração. As intenções não devem ser lidas depois do Hino de Louvor depois que o presidente diz “Oremos” (IGMR 32). Às vezes, é constrangedor dizer “quem encomendou” a missa, porque parece comércio. Também é delicado o padre ressaltar alguma das intenções, deixando as outras de lado. Por isso, cada comunidade tem que analisar o procedimento com as intenções de missa, bem como das espórtulas.
Esse artigo foi publicado na Revista Paróquias & Casas Religiosas, Promocat, São Paulo-SP, na edição n. 14, Setembro/Outubro 2008, página 48.
Deixe um comentário