Curso Bíblico – LIVROS HISTÓRICOS

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A seqüência dos livros da Bíblia tem vários traços de uma longa parábola histórica e o interesse pela História já estava bastante presente nos livros do Pentateuco. Mas é costume chamar LIVROS HISTÓRICOS a um conjunto que vem depois do Pentateuco.

Na verdade, só se consegue fazer uma História de Israel em sentido atual a partir da instalação do povo em Canaã. E esse fato da atual historiografia coincide com a classificação tradicional do referido conjunto, que inclui os livros seguintes:

Josué, que apresenta a entrada dos hebreus na terra de Canaã, como quem vai tomar solenemente posse de uma herança que lhe fora atribuída. É uma construção simbólica, não representando inteiramente os acontecimentos históricos reais, como se pode ver no livro dos Juízes.

Juízes, de fato, mostra-nos uma entrada bastante mais dispersa das tribos em Canaã e dominando muito mais lentamente o conjunto do território. Por outro lado, descreve-nos as vicissitudes e a insegurança da vida levada por essas tribos, numa época ainda distante do tempo da monarquia.

Rute é um romance histórico situado na época dos Juízes, mas, sobretudo um livro contra a xenofobia que marcou épocas mais tardias do judaísmo.

A mais representativa e formal seqüência historiográfica deste período, que já começara com Josué e Juízes, integra ainda o grande conjunto de 1. ° e 2.° de Samuel e 1.° e 2.° dos Reis. A sua redação final parece ter-se inspirado já claramente na mentalidade deuteronomista; por isso, costuma chamar-se a “Historiografia deuteronomista”. Com ela pretendeu-se fazer o exame de consciência da História nacional após o desastre do fim da monarquia.

Mais tarde, os livros 1. ° e 2. ° das Crônicas retomam toda a História de Israel desde as origens, ou por meio de genealogias e sínteses históricas, ou relembrando alguns episódios coincidentes e outros complementares aos assuntos que tinham aparecido narrados na História deuteronomista.

Esdras e Neemias contam alguns episódios relativos à restauração do povo de Israel e da cidade de Jerusalém, depois do regresso da Babilônia. No entanto, a historiografia sobre esta época, marcada pelo domínio persa, ficou bastante aquém da sua importância no aparecimento da Bíblia.

Tobias oferece-nos, com um quadro familiar notável, as dificuldades de viver a piedade em condições sociais e políticas adversas.

Ester descreve um drama de colorido algo semelhante, mas alargado à experiência de todo o povo, que se vê ameaçado de destruição e consegue, no fim, cantar vitória.

Judite é um romance histórico; simboliza a capacidade de resistência aos inimigos, na época da luta contra os Selêucidas (séc. II a.C.).

O 1. ° e 2.° Livro dos Macabeus espelham, por meio de uma historiografia muito ao gosto da época helenista, a luta dos judeus para conseguirem libertar-se da política opressora dos Selêucidas. São o último bloco historiográfico dentro da Bíblia.

SUMÁRIOS DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

Ao começar a ler a Bíblia pela primeira vez, alguém pode sentir-se um pouco perdido neste emaranhado de livros, personagens e acontecimentos diferentes, como quem chega pela primeira vez a uma grande cidade. E assim como é útil, para se orientar nas grandes cidades, ter a referência dos monumentos mais altos e das principais ruas e avenidas, também é bom um leitor da Bíblia começar a reter e relacionar entre si os principais fatos e protagonistas da História da Salvação.
Por isso, apresentamos aqui alguns sumários. Convém ler devagar estes textos, sublinhar com cores diferentes os fatos, os nomes das pessoas e os nomes dos lugares.
A pouco e pouco, veremos que vários deles se repetem e se vão tornando cada vez mais familiares.

» Deuteronômio 26,1-10: inclui o pequeno “Credo Histórico” dos hebreus, nos v.5-9, com a síntese dos passos principais até a sua entrada em Canaã.

» Josué 24,2-15: esta confissão de fé começa com Taré, pai de Abraão, e conclui na conquista da Terra Prometida, com uma forte admonição de Josué, para que o povo seja fiel à Aliança jurada no deserto do Sinai (Ex 19-20; 24,1-8; 34,10-17). Abrangem, por isso, todos os Patriarcas, a epopéia do Êxodo e da travessia do deserto, comandada por Moisés, e a conquista da Terra, comandada por Josué.

» Neemias 9,6-37: longa oração dos levitas, evocando as intervenções mais decisivas de Deus em favor do povo de Israel e apelando à sua misericórdia para a situação naquele momento após o regresso do Exílio.

» Judite 5,6-24: narrativa histórica – não é, propriamente, um credo histórico – colocada na boca de Aquior, um dos chefes do exército de Holofernes, invasor de Israel. É muito pormenorizada, no que diz respeito ao Êxodo e travessia do deserto, e termina com o exílio da Babilônia.

» Salmo 78 (77): as lições da História, em forma de oração, para a catequese familiar entre os israelitas.

» Salmos 105 (104), 106 (105) e 107 (106): Deus e a História de Israel, também em forma de oração. Segundo estes modelos, temos também Ne 9,6-37.

» Salmos 135 e 136: proclamação da presença de Deus na História de Israel, inserida numa oração de louvor. Esta presença é vista, sobretudo, no Êxodo e na conquista da Terra.

» Eclesiástico 42,15-50,29: resumo de toda a História de Israel, com um juízo de valor sobre as personagens mais importantes que nela intervieram.

» Atos 7,1-53: discurso de Estevão diante do Sinédrio de Jerusalém antes de ser condenado à morte, mais para convencer os responsáveis de Israel de que Jesus era o Messias anunciado pelos seus profetas, do que para se defender a si próprio.

» Atos 13,16-41: esta confissão de fé é um discurso de Paulo na sinagoga de Antioquia de Pisídia. Vai dos Patriarcas, sem referir os seus nomes, até Jesus Cristo, que ele pretende anunciar aos judeus daquela cidade. O discurso tem, pois, uma parte referente ao Antigo Testamento e outra ao Novo. Esta poderia chamar-se um “discurso querigmático” (de querigma), isto é, um resumo da vida de Jesus ou das verdades fundamentais da fé cristã. Outros discursos querigmáticos: At 2,14-36; 3,12-26; 10,34-43.

» Hebreus 11: leitura teológica da História de Israel, em que os seus atores são vistos à luz da fé e propostos como exemplo para os crentes de todos os tempos.

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