COMENTÁRIO INICIAL, CANTO DE ENTRADA E SAUDAÇÃO
A missa está dividida em quatro partes bem distintas: Rito Inicial, Rito da Palavra, Rito Sacramental e Ritos Finais. Iremos aprofundar sobre a primeira parte dos Ritos Iniciais.
Os ritos iniciais têm o caráter de introdução, ou seja, preparar os fiéis para comungarem idéias e sentimentos, numa comunhão tanto com Deus como com os demais membros da comunidade.
O Rito Inicial da Missa pode ser dividido nas seguintes partes:
- COMENTÁRIO INICIAL: É um convite à participação coletiva dos fieis e visa criar um ambiente propício para a oração e a fé. No comentário inicial, os presentes são situados sobre determinado tema que será abordado mais profundamente nas leituras da Bíblia, durante o Rito da Palavra.
- CANTO DE ENTRADA: A música não é simplesmente a trilha musical da celebração, mas uma forma de louvar à Deus. Daí a importância da participação de toda assembléia durante os cantos. O canto de entrada deve ter uma letra que convide à celebração, uma música de ritmo alegre, festivo, que expresse a abertura da celebração.
Durante o canto de entrada temos A PROCISSÃO. Com a procissão somos lembrados de que somos peregrinos neste mundo, a caminho da casa do Pai. Num contexto mais amplo, a procissão pode ser entendida até como a caminhada que as pessoas fazem ao sair de suas casas até a Igreja.
O grande liturgista, Cardeal Giacomo Lercaro, orientava que esta procissão devia ser feita com muita consciência e cuidado, pois não é um simples símbolo, mas contém uma realidade muito profunda: “Caminhando para o altar, dirigimo-nos para o Cordeiro, que no altar está vivo e triunfante”.
Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda.
Ao chegar ao altar, o presidente da celebração e o diácono BEIJAM O ALTAR. O beijo foi introduzido na missa para significar a união e a caridade. O padre, quando beija o altar, significa que beija a Cristo, a pedra angular, fundamental da Igreja. Nesse beijo, o sacerdote está amando, entrando em comunhão com Cristo, sendo ainda um sinal de carinho e reverência por este lugar tão sublime, posto que, é no altar que o pão e o vinho serão consagrados.
- SAUDAÇÃO: Terminado o canto de entrada, o sacerdote junto com toda a assembléia, faz o SINAL DA CRUZ.
Este sinal lembra que a Missa é a memória do sacrifício de Cristo na Cruz, que pela Cruz de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade. Aqueles que fazem o sinal da Cruz bem feito e com devoção, se unem a Deus e atraem sobre si a bênção celestial e a proteção e benevolência da Mãe do Céu. O sinal da Cruz bem feito é um escudo que nos defende das investidas do demônio.
Após o sinal da Cruz, vem a SAUDAÇÃO. O Padre é o representante da comunidade diante de Deus e, ao mesmo tempo, o representante de Deus perante a comunidade. A saudação da Santa Missa relaciona Deus com os homens e os homens com Deus.
O Padre abre os braços num gesto de abertura e generosidade que vêm de Deus para o seu Povo, e diz: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco!”
O Missal Romano prevê ainda outras fórmulas de saudação. Em todas as formas de saudação, o Celebrante diz “esteja convosco”, e nunca “esteja conosco”, pois neste momento o Padre está agindo unido a Deus. A saudação é um desejo de bênção da parte de Deus, que chama seu povo para a Eucaristia, e lhe concede a graça e a paz.
Após a saudação, a Assembléia responde “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”. Com esta resposta, expressamos a alegria de estarmos na presença dos nossos irmãos e irmãs, pela graça de Deus.
Feita a saudação, o padre celebrante pode também fazer uma “acolhida” especial, falar sobre a finalidade daquela missa e fazer alguma exortação oportuna.
ATO PENITENCIAL
Após saudar todos os presentes na celebração, o sacerdote convida todos a, em silêncio, reconhecer seus pecados e, também, a misericórdia de Deus. O Ato Penitencial é, portanto um convite para que cada fiel olhe dentro de si, diante do olhar misericordioso de Deus, reconheça e confesse os seus pecados de forma sincera; reconciliando assim com Deus e com os seus irmãos.
Após reconhecer a necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição “Confesso a Deus todo-poderoso e a vós irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa e, peço a Virgem Maria, aos anjos e santos, e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, Nosso Senhor, Amém!”.
Quando recitamos o rito Penitencial, ficamos inteiramente receptivos à sua graça curativa: o Senhor nos perdoa, nos abrimos em perdão e estendemos a mão para perdoar a nós mesmos e aos outros.
Na sequência, o celebrante absorve os pecados. Ao perdoar e receber o perdão divino, ficamos impregnados de misericórdia: somos como uma esponja seca que no mar da misericórdia começa a se embeber da graça e do amor que estão à nossa espera.
Vale ressaltar que, “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao Ato Penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de Deus.
HINO DE LOUVOR
O Hino de Louvor, também conhecido como “Glória”, é uma espécie de salmo composto, sendo uma mistura de louvor e súplica, em que a assembleia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. No Glória entramos no louvor de Jesus diante do Pai, e a oração dEle torna-se nossa. Quando louvamos, reconhecemos o Senhor como criador e Seu contínuo envolvimento ativo em nossas vidas. “Ele é o oleiro, nós somos a argila” (Jer 18 – 6).
Temos a tendência a nos voltar para a súplica, ou seja, permanecemos no centro da oração. No louvor, ao contrário, Jesus é o centro de nossa oração. Louvemos o Senhor com todo o nosso ser, pois alguma coisa acontece quando nos esquecemos de nós mesmos. No louvor, servimos e adoramos o Senhor.
O Hino de Louvor é proclamado aos domingos – exceto os do tempo da quaresma e do advento – e em celebrações especiais, de caráter mais solene. Pode ser cantado, desde que mantenha a letra original e na íntegra.
ORAÇÃO DA COLETA
A Oração da Coleta introduz a assembléia na celebração do dia. Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente seus pedidos.
Depois o sacerdote eleva suas mãos e profere a oração em nome de toda a Igreja. Nesse ato de levantar as mãos o celebrante está assumindo e elevando a Deus todas as intenções dos fiéis, a qual a assembleia dá a sua concordância com o Amém final.
Com a Oração da Coleta, finaliza os ritos iniciais e irá começar o Rito da Palavra, que será tema do próximo artigo. Aguarde!
“Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:8-9).
Liturgia da Palavra
A Liturgia da Palavra é o momento em que Deus fala solenemente à uma comunidade reunida. Compõe-se da leitura dos textos bíblicos que correspondem ao desejo de abrir aos fiéis às riquezas da Sagrada Escritura.
Devemos escutar com atenção e em silêncio o que Jesus nos diz. Ele se revela a nós através da sua Palavra. A liturgia vem em nosso auxílio para que através dela possamos entender daquilo que pela fé cremos.
Após o Amém da oração da coleta, a comunidade espera o Celebrante dirigir-se à sua cadeira, e então todos devem assentar para ficar numa posição mais confortável, facilitando a compreensão.
A Liturgia pode começar com um refrão repetido como: “Fala Senhor…”, “Que a vossa palavra Senhor…”. Este refrão favorece a meditação e a interiorização da Palavra de Deus a ser proclamada.
As leituras bíblicas devem ser proclamadas do Ambão (a mesa da palavra), no Lecionário (livro próprio da missa). Não é permitido trocar as leituras e o salmo responsorial por textos não bíblicos.
Vale ressaltar a importância de escolher pessoas preparadas para proferir as leituras, para bem desempenhá-las. O leitor deve ler o texto com calma e de forma clara.
Primeira Leitura
A primeira leitura é extraída geralmente do Antigo Testamento, onde se encontra o passado da História da Salvação. Isto é feito para demonstrar que já o Antigo Testamento previa a vinda de Jesus. “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.” (Mt.5,17).
É feita nos domingos e nos dias festivos da igreja, estando sempre relacionada com a Segunda Leitura e o Evangelho, tornando mais fácil a compreensão da mensagem por parte dos fiéis.
É encerrada quando o leitor exclama “Palavra do Senhor!” e a comunidade responde: “Graças a Deus!”.
Salmo Responsorial
Parte da liturgia da palavra que favorece a meditação da primeira leitura, estando ligada àquela. O Salmo Responsorial é retirado do livro dos salmos, é a resposta que à assembléia dá à proposta do Pai.
Pode ser proclamado de várias formas, mas a mais recomendada é aquela em que um salmista canta uma estrofe de cada vez, intercaladas por um refrão cantado por todos.
Segunda Leitura
A Segunda Leitura é extraída do Novo Testamento, das Cartas escritas pelos Apóstolos ou do Apocalipse. É uma leitura que nos ensina como viver mais próximo do exemplo de Jesus através da experiência dos apóstolos.
Mostra o conhecimento da Igreja, a doutrina cristã e a orientação prática da vida em comunidade, favorecendo a viver no amor de Cristo.
A Segunda Leitura deve ser encerrada de modo idêntico ao da primeira leitura, com o leitor exclamando: “Palavra do Senhor!” e a comunidade respondendo com: “Graças a Deus!”.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
O Evangelho é o próprio Cristo que nos vem falar a boa notícia. É por isso que, de pé, na posição de quem ouve o recado para ir logo anunciá-lo, todos nós aclamamos a Cristo que vem anunciar suas palavras de salvação, cheios de imensa ALEGRIA.
Para que um canto possa ser considerado como canto de aclamação ao evangelho, deve conter obrigatoriamente a palavra ALELUIA – Termo hebraico que significa “Louvai ao Senhor”, ou para nós “Alegria”. Exceção apenas para o tempo da quaresma, quando o “Aleluia” é vetado, em virtude do forte tempo de penitência e contrição.
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
Antes da proclamação do Evangelho, pode-se fazer uma procissão com a Bíblia ou Lecionário e as velas. Para se dar mais destaque ao anúncio da Palavra de Jesus, dois ministros ou acólitos podem segurar uma vela em cada lado do ambão.
O diácono ou o padre deve proclamar no lugar mais elevado, para ser visto e ouvido por toda a Assembléia, que deve estar em pé, numa atitude de expectativa para ouvir a Mensagem. É como se o próprio Jesus se colocasse diante de nós para nos falar do que mais nos interessa.
No Novo Testamento da Bíblia Sagrada existem quatro evangelhos que narram a história de vida de Jesus relatando todos os acontecimentos inerentes à sua vida na terra e os ensinamentos sobre a doutrina cristã. Os seus autores foram os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João.
O sinal da Cruz feito sobre a Testa, os Lábios e o Coração
O diácono ou o sacerdote que anunciará a Palavra deve primeiro fazer um sinal da cruz sobre a página do Lecionário, e depois fazer igualmente sobre a testa, sobre os lábios e sobre o coração. Este sinal da cruz triplo também é feito pela assembléia.
Este Sinal da Cruz triplo é um convite para que a Palavra de Deus, seja acolhida na nossa mente, anunciada pela nossa voz e conservada no nosso coração.
Ao encerrar a leitura do Evangelho, o sacerdote ou diácono profere a expressão: “Palavra da Salvação!” e toda a comunidade responde “Glória a vós, Senhor!”. Neste momento, o sacerdote ou diácono, em sinal de veneração à Palavra de Deus, beija a Bíblia (rezando em silêncio: “Pelas palavras do santo Evangelho sejam perdoados os nossos pecados” e todo o povo pode voltar a se sentar.
HOMILIA
A homilia nos recorda o Sermão da Montanha, quando Jesus subiu o Monte das Oliveiras para ensinar todo o povo reunido. Da mesma forma como Jesus ensinava com autoridade, após sua ascensão, a Igreja recebeu a incumbência de pregar a todos os povos e ensinar-lhes a observar tudo àquilo que Cristo pregou.
A homilia é uma explicação familiar da Escritura, com referência à vida de hoje. Sua função é atualizar (tornar presente, viva, atual) a palavra de Deus.
As condições para isso se resumem numa dupla fidelidade: 1. a Palavra de Deus que foi lida naquele dia; e 2. a situação atual dos ouvintes.
Na Missa, a homilia é obrigatória aos domingos e festas de preceitos, e recomendada nos outros dias.
Foi o próprio Cristo que disse: “Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita” (Lc 10,16). Logo, toda a comunidade deve prestar atenção às palavras do sacerdote.
Somos convidados a ser um “Evangelho ilustrado”, o “quinto Evangelho”, não escrito com tinta, mas com a nossa própria vida.
Profissão De Fé (Credo)
Encerrada a homilia, todos ficam de pé para recitar o Credo. Este nada mais é do que um resumo da fé católica, que nos distingue das demais religiões. É como que um juramento público. Embora existam outros Credos católicos, expressando uma única e mesma verdade de fé, durante a missa costuma-se recitar o Símbolo dos Apóstolos, oriundo do séc. I, ou o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O primeiro é mais curto, mais simples; o segundo, redigido para eliminar certas heresias a respeito da divindade de Cristo, é mais longo, mais completo. Na prática, usa-se o segundo nas grandes solenidades da Igreja.
Santo Ambrósio (340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja que batizou Santo Agostinho, mostra de onde vem a autoridade do ‘Símbolo dos Apóstolos’ e sua importância:
“Ele é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o primeiro dos apóstolos, teve a sua Sé e para onde ele trouxe a comum expressão da fé” (CIC §194). “Este símbolo é o selo espiritual, a mediação do nosso coração e o guardião sempre presente; ele é seguramente o tesouro da nossa alma” (CIC §197). Os seus doze artigos, segundo uma tradição atestada por Santo Ambrósio, simbolizam com o número dos apóstolos o conjunto da fé apostólica (cf. CIC §191).
O ‘Credo’, é o símbolo da fé, é a identificação do católico. Dessa forma, ele é professado solenemente no dia do Senhor, no batismo e em outras oportunidades. Todo católico precisa conhecê-lo profundamente.
Oração Da Comunidade
A Oração da Comunidade ou Oração dos Fiéis, como também é conhecida, marca o último ato do Rito da Palavra. Nela toda a comunidade apresenta suas súplicas ao Senhor e intercede por todos os homens. Alguns pedidos não devem ser esquecidos pela comunidade:
- As necessidades da Igreja.
- As autoridades públicas.
- Os doentes, abandonados e desempregados.
- A paz e a salvação do mundo inteiro.
- As necessidades da Comunidade Local
A introdução e o encerramento da Oração da Comunidade devem ser feitas pelo sacerdote. Quando possível, devem ser feitos espontaneamente. As preces podem ser feitas pelo comentarista, mas o ideal é que sejam feitas pela equipe de Liturgia, ou ainda pelos próprios fiéis. Cada prece deve terminar com expressões como: “Rezemos ao Senhor”; entre outras, para que a comunidade possa responder com: “Senhor, escutai a nossa prece”; ou “Ouvi-nos, Senhor”Quando o sacerdote conclui a Oração da Comunidade, dizendo, por exemplo: “Atendei-nos, ó Deus, em vosso amor de Pai, pois vos pedimos em nome de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. a assembleia encerra com um: “Amém!”.
RITO SACRAMENTAL, que é o ponto alto da celebração.
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia, estando presente a mesa, o alimento sólido (Pão) e o alimento líquido (Vinho).
Uma ceia significa festa, encontro, comunhão, comemoração, ou seja, vida. Aplicando esses aspectos a Missa, entenderemos o seu significado, principalmente quando vemos que é o próprio Deus que se dá em alimento. Vemos que a Missa também é um convívio no Senhor.
A liturgia eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração eucarística e rito da comunhão. Hoje iremos relembrar sobre a Apresentação das Oferendas.
APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS
Apesar de conhecida como ofertório, esta parte da Missa é apenas uma apresentação dos dons que serão ofertados junto com o Cristo durante a consagração.
a) Preparação do altar
Em primeiro lugar prepara-se o altar ou a mesa do Senhor, que é o centro de toda liturgia eucarística.
b) Procissão das oferendas
Neste momento, trazem-se os dons em forma de procissão. O pão e o vinho representam que o homem é, uma vez que ninguém vive sem comer nem beber. Também representam o que o homem faz, posto que tanto o pão como o vinho são frutos do trabalho do homem. Em Cristo, o pão e o vinho adquirem um novo significado, ou seja, o que o homem é, e o que o homem faz, adquire um novo sentido em Jesus Cristo.
Também é ofertada a água, que representa toda a humanidade. Quando a água é misturada ao vinho, adquire a cor e o sabor deste. Assim também a humanidade se transforma quando diluída em Cristo.
c) Apresentação das oferendas a Deus
O sacerdote apresenta a Deus as oferendas através da fórmula: “Bendito sejais…” e o povo aclama “Bendito seja Deus para sempre!”.
d) A coleta do ofertório
Já nas sinagogas hebraicas, após a celebração da Palavra de Deus, as pessoas costumavam deixar alguma oferta para auxiliar as pessoas pobres. Aqui, o que importa não é a quantidade, mas sim o nosso desejo de assim como Cristo, nos darmos pelo próximo.
“Quando vieres a fazer sua oferta e lembrar que tem alguma coisa contra teu irmão, deixa sua oferta e vai primeiro reconciliar com ele, depois vem e faz a sua oferta” (Mt 5,23)
e) O lavar as mãos
Após o sacerdote apresentar as oferendas ele lava suas mãos. Este gesto representa a atitude, por parte do sacerdote, de tornar-se puro para celebrar dignamente a eucaristia.
f) O Orai Irmãos…
Agora o sacerdote convida toda assembléia a unir suas orações à ação de graças do sacerdote.
g) Oração sobre as Oferendas
Esta oração coleta os motivos da ação de graças e lança na oração eucarística que irá começar a seguir. Sempre muito rica, deve ser acompanhada com muita atenção e confirmada com o nosso amém!
ORAÇÃO EUCARÍSTICA, que é o centro de toda celebração da missa.
Conforme instrução da Cúria Romana: “Está reservado ao sacerdote, em virtude de sua ordenação, proclamar a Oração Eucarística, a qual por sua própria natureza é o ponto alto de toda a celebração. A comunidade se une ao sacerdote através do silêncio e demonstra a sua participação nos vários momentos de respostas da Oração Eucarística: as respostas no diálogo Prefácio, o Sanctus (Santo), a aclamação depois da Consagração, e o Amém final depois do Per Ipsum (Por Cristo, Com Cristo).”
A Oração Eucarística não pode ser interrompida, nem mesmo para explicações pretensamente catequéticas: a melhor catequese é a liturgia bem celebrada! Como elementos principais da Oração eucarística podem enumerar-se os seguintes:
a) Diálogo introdutório: O sacerdote diz “O Senhor esteja convosco!” e a Assembléia responde “Ele está no meio de nós”.
b) Prefácio: Pode variar conforme o tema do dia, a festa, o tempo litúrgico, mas na maioria das vezes inicia-se com as palavras: “Na verdade, é justo e necessário…” Possui a função de introduzir a assembléia na grande ação de graças que se dá a partir deste ponto.
c) O Santo: É a primeira grande aclamação da assembléia a Deus Pai em Jesus Cristo. Toda a assembléia e o sacerdote, em união com os coros celestes cantam o Sanctus (Santo). Todos: Santo, santo, santo, Senhor Deus do universo! …
d) A invocação do Espírito Santo: Inicia-se com as palavras: “Na verdade, Ó Pai, vós sois santo…”. Trata-se de uma invocação especial, pela qual a Igreja implora o poder do Espírito Santo, para que os dons oferecidos pelos homens sejam consagrados, isto é, se convertam no Corpo e Sangue de Cristo; e para que a hóstia imaculada, que vai ser recebida na Comunhão, opere a salvação daqueles que dela vão participar.
e) Narração da instituição e consagração: Mediante as palavras e gestos de Cristo, realiza-se o sacrifício que o próprio Cristo instituiu na última Ceia, quando ofereceu o seu Corpo e Sangue, sob as espécies do pão e do vinho e os deu a comer e a beber aos Apóstolos, ao mesmo tempo em que lhes confiou o mandato de perpetuar este mistério. Deve ser toda acompanhada por nós, ajoelhados, de cabeça erguida e em silêncio, num momento de profunda adoração. Nesse momento o mistério do amor do Pai é renovado em nós.
Inicia-se com “Estando para ser entregue…”; ou “Na noite em que ia ser entregue…”; e finaliza com o sacerdote dizendo: “Eis o mistério da fé!”
f) Preces e intercessões: Inicia-se com “Celebrando, agora, Ó Pai…” Reconhecendo a ação de Cristo pelo Espírito Santo em nós, a Igreja pede a graça de abrir-se a ela, tornando-se uma só unidade. Pede para que o papa e seus auxiliares sejam capazes de levar o Espírito Santo a todos. Pede pelos fiéis que já se foram e pede a graça de, a exemplo de Nossa Senhora e dos santos, os fiéis possam chegar ao Reino para todos preparados pelo Pai.
g) Doxologia Final: É uma espécie de resumo de toda a oração eucarística, em que o sacerdote, tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas mãos, louva ao Pai e toda assembléia ratifica e conclui respondendo com um grande “AMÉM”, que confirma tudo aquilo que ela viveu.
O Presidente da celebração diz: “Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós Deus Pai…” A assembléia responde com um grande AMÉM
Rito da Comunhão que está inserido na liturgia eucarística, a terceira parte da liturgia da Santa Missa.
O Rito da Comunhão pode ser dividido em:
a) O Pai-Nosso: É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por ele reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso… Esta oração deve ser rezada em grande exaltação, se for cantada, deve seguir exatamente as palavras ditas por Cristo, quando as ensinou aos discípulos. Após o Pai Nosso segue o seu embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da oração.
b) Oração pela paz: Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as pessoas, presentes ou não, para que possam viver em plenitude o mistério de Cristo. Pede-se também a Paz para a Igreja, para que, desse modo, possa continuar sua missão. Esta oração é rezada somente pelo sacerdote.
c) O cumprimento da Paz: É um gesto simbólico, uma saudação pascal. Por ser um gesto simbólico não há a necessidade em sair do local para cumprimentar a todos na Igreja.
d) O Cordeiro de Deus: O sacerdote e a assembleia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua pequenez diante de Cristo e como o Centurião exclamam: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo. Cristo não nos dá apenas sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
e) A comunhão: Durante esse momento a assembleia dirige-se à mesa eucarística. O canto deve procurar ser um canto de louvor moderado, salientando a doação de Cristo por nós. A comunhão pode ser recebida nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de, no primeiro caso, a mão que recebe a hóstia não ser a mesma que a leva a boca. Aqueles que por um motivo ou outro não comungam, por não se encontrarem devidamente preparados é importante que façam desse momento também um momento de encontro com o Cristo, no que chamamos de Comunhão Espiritual. Após a comunhão segue-se a ação de graças, que pode ser feita em forma de um canto ou pelo silêncio, que dentro da liturgia possui sua linguagem importantíssima. O que não pode é esse momento ser esquecido ou utilizado para conversar com quem está ao nosso lado.
f) Oração após a comunhão: Esta oração liga-se ainda a liturgia eucarística, e é o seu fechamento, pedindo a Deus as graças necessárias para se viver no dia-a-dia tudo que se manifestou perante a assembléia durante a celebração.
Ritos Finais
A quarta e última parte da missa é composta pelos chamados Ritos Finais. É a menor parte dentre todas as outras, sendo composta da saudação, dos avisos e da Benção Final.
O objetivo principal desta parte é despedir dos fiéis, convidando-os à retornarem para suas casas louvando e bendizendo ao Senhor, e para que sejam, durante a semana, testemunhas de Cristo, vivendo a caridade nos seus atos e pregando a Palavra aos seus semelhantes.
Uma verdadeira “comunidade” não é aquela que se encontra apenas aos domingos para celebrar a missa. Comunidade significa “comum unidade”, isto é, a vivência em comum, a participação conjunta na vida e rotina da Igreja. Por este motivo, temos os avisos na Santa Missa, como um convite à todos presentes para participar, viver na comunidade, em comum unidade.
Em seguida, o celebrante dá a benção final, que serve para dispersar a Assembleia, e para reforçar a presença de Deus na vida dos fiéis, que sempre estarão acompanhados por nosso Senhor. Em algumas ocasiões, a benção final pode ser mais elaborada, como, por exemplo, a missa do Domingo de Páscoa.
Logo após a benção, é entoado o canto final. Enquanto isso, padre, coroinhas e ministros da palavra fazem uma reverência perante ao altar. Afinal, o local onde Cristo se manifesta através da palavra e do Corpo deve ser sempre tratado com respeito. Depois, pelo corredor central, se dispersam.
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