Bíblia diz que nem tudo foi escrito nela

Resultado de imagem para Bíblia diz que nem tudo foi escrito nela
“Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritasuma por uma, penso que não caberiam no mundo os livros que seriam escritos.” (João 21,25)
“Ademais, fez Jesus muitos outros sinais na presença dos seus discípulos, os quais não estão escritos neste livro.Porém, estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20,30-31).
“Tenho muitas outras coisas para escrever-vos, porém, não quero fazê-lo por tinta e papel, pois espero ir até vós e falar-lhes face a face, para que nosso gozo seja completo” (2 João 1,12).
 O que ouviste de mim perante muitas testemunhas,encarrega a homens fiéis, que sejam idôneos, para ensinar também a outros” (2 Timóteo 2,2).
Assim, há muitas verdades de fé que não foram escritas claramente na Bíblia, pois quem veio primeiro foi a Igreja e não a Bíblia.
  A Bíblia foi uma construção, o Antigo Testamento já estava praticamente completo, mas o Novo estava em processo, já que o primeiro Evangelho, o de Marcos, foi escrito aproximadamente 30 ou 40 anos após a morte de Cristo (no ano 60 de nossa era), só para dar um exemplo.
Durante esse período, a fé era transmitida, em sua maioria, oralmente.
O próprio Apóstolo Paulo diz que ensinou o Evangelho, porém os livros dos evangelhos ainda não estavam prontos em sua época, assim o ensinamento dele era oral:
 “Vos recordo, irmãos, que o Evangelho com que vos evangelizei não é doutrina de homens” (Gálatas 1,11).
 O que ouviste de mim perante muitas testemunhas, encarrega a homens fiéis, que sejam idôneos, para ensinar também a outros” (2Timóteo 2,2).
 “Permanecei, pois, constantes, irmãos, e conservai as tradições que aprendestes, ou por nossas palavras, ou por nossa carta” (II Tess.II, 14)
  “A palavra de Cristo habite em vós em toda sua riqueza, de sorte que com toda sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais.” Col 3,16
 Sabemos que Paulo foi o primeiro a escrever e sabemos que em sua Carta aos Coríntios fala da Última Ceia. Como aprendeu isto se ele não estava lá [na Ceia]?
Certamente, não leu em parte alguma, pois até então não existia nenhum livro do Novo Testamento.
De alguma pregação dos apóstolos é que aprendeu este mistério. Isto quer dizer que o ensino oral era o que berçava as primeiras comunidades cristãs.
São João, em sua segunda Carta, expressa:

“Tenho muitas outras coisas para escrever-vos, porém, não quero fazê-lo por tinta e papel, pois espero ir até vós e falar-lhes face a face, para que nosso gozo seja completo” (2 João 1,12).
João não está dizendo que quer ir explicar-lhes a carta; para ele, é mais importante o ensino que lhes possa dar oralmente ao invés daquele lido em suas cartas.
João sabe que ao ir pregar-lhes oralmente, o gozo dos fiéis será completo.
Ademais, Jesus mandou que pregassem e não que escrevessem (Mateus 28,20); tão somente cinco apóstolos decidiram escrever: Pedro, João, Tiago Menor, Judas e Mateus; mas TODOS os Doze pregavam sem papel.

A razão pela qual se passou a escrever Cartas foi a impossibilidade dos Apóstolos alcançarem todos os povos.

Perante esta situação, as cartas eram usadas para fazer-lhes algumas recomendações e exortações, PORÉM, NUNCA SUBSTITUÍRAM o ensino oral.
Se lermos as Cartas, veremos que há muitas coisas que as comunidades deviam saber para que os autores apenas fizessem recomendações sobre elas. Eles não estendem suas cartas para ensinar-lhes coisas novas.
– Na Carta aos Coríntios, Paulo não os ensina como fazer a fração do pão, mas bem os repreende pela forma com que celebravam (1Coríntios 11).
– Na Carta aos Hebreus, não lhes repete os primeiros ensinamentos sobre Cristo; lhes dá por conhecidos (Hebreus 6,1-3).
Se lermos a Carta aos Gálatas, diz:
“Quisera estar convosco agora mesmo e mudar de tom, pois estou perplexo quanto a vós” (Gálata 4,20).
Paulo está consciente de que um povo deve estar escutando a pregação adequada para cada circunstância. Por isso fala em “mudar de tom”.
Com a simples Escritura, isso não era possível e, por essa razão, Paulo desejava ir à Galácia para fazer-lhes ver as coisas mediante um tom de voz apropriado.
 Se, por exemplo, alguém deixasse um recado a outra pessoa sobre algo, esta, quando chegasse, não saberia em que tom foi dito se a pessoa que tomou o recado não disser-lhe pessoalmente. Imagine-se, então, quando se tratar de levar o Evangelho de Cristo!
Fica-nos claro, assim, como a própria Escritura não busca ser autossuficiente, mas uma ferramenta a mais de Deus para comunicar-Se ao homem. Não que esteja abaixo da pregação apostólica, mas sujeita a esta.
 Um exemplo de que nem tudo foi escrito na Bíblia é a passagem que fala sobre a ascensão de Moisés na Carta de São de Judas:
 
 “Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda.”
 Jd 1,9
 A fonte primária usada pelo autor da epístola de Judas em tal passagem provém de um livro apócrifo chamado Assemptio Mosis ou “Ascensão de Moisés”.
Orígenes já citava ter vindo deste livro a passagem de Judas. Este apócrifo, perdido ao longo dos tempos, foi encontrado no século XIX. Porém, infelizmente o manuscrito encontrado contêm apenas dois terços do texto original. E, para a nossa “desgraça” a parte que nos interessa é uma das que falta.
Com esses exemplos, podemos perceber que nem tudo foi escrito, mas tudo o que foi escrito é o suficiente para crermos em Cristo, motivo único das escrituras.
Publicado em Uncategorized

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Magnificat anima mea Dominum
Inquisição on Line
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 1
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 2
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 3
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 4
Catecismo de Adultos – Aula 01 – A Revelação Divina – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 02 – O Modernismo, o problema atual na Igreja – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 03 – Deus Uno e Trino – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 04 – A Criação em geral e os anjos – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 05 – Os anjos e o homem – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 06 – A Teoria da Evolução contra a Ciência e a Filosofia – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 07 – Cristo Nosso Senhor e Maria Santíssima – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 08 – Aula 08 – O modo de vida de Jesus Cristo – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 09 – As perfeições de Cristo e a Paixão – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 10 – A Cruz, os infernos e a Ressurreição de Cristo – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 11 – A Ascensão, os juízos particular e final, e o Espírito Santo – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 12 – Como saber qual a verdadeira Igreja de Cristo? – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 13 – A Igreja Católica e a Salvação – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 14 – A Infalibilidade da Igreja e a união da Igreja e do Estado – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 15 – Da comunhão dos santos à vida eterna – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 16 – Os princípios da oração – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 17 – Como rezar bem? – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 18 – Os tipos de oração – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 19 – O Pai Nosso – Padre Daniel Pinheiro

 

Catecismo de Adultos – Aula 20 – A Ave Maria e o Santo Terço – Padre Daniel Pinheiro

 

Catecismo de Adultos – Aula 21 – A Meditação Católica – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 22 – Introdução à moral católica: uma moral das virtudes – Padre Daniel Pinheiro
Lutero e o Protestantismo: A História da Reforma – Profa. Dra. Laura Palma
Lutero e o Protestantismo: Vida de Lutero – Prof. André Melo
Lutero e o Protestantismo: Sola Scriptura – Profa. Dra. Ivone Fedeli
Lutero e o Protestantismo: Sola Fide – Prof. Marcelo Andrade
Lutero e o Protestantismo: Sola Gratia – Pe. Edivaldo Oliveira
Mídia Católica
Atualizações
Translator
Italy
Calendário
janeiro 2017
D S T Q Q S S
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031  
Visitantes
  • 5.091.520 acessos desde 01/05/2011
religião e espiritualidade
religião e espiritualidade
Categorias
Links
%d blogueiros gostam disto: