A importância da música na Igreja

Importância da música na igreja

“Quem  canta reza duas vezes”. Quanta sabedoria nesta famosa frase de Santo Agostinho. A oração é importantíssima na vida cristã. Por meio da oração, o cristão entra em contato com Deus e nutre a sua alma. E cantar é rezar, é celebrar a liturgia numa atitude de adoração, de louvor a Deus de quem tudo depende.

A liturgia privilegia a palavra, atualiza a comunicação entre Deus e o homem. Por isso, a leitura pública e em voz alta das leituras e orações litúrgicas é o modo mais apto para expressar o diálogo entre a Igreja Esposa e Cristo Esposo.

Na Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium do Vaticano II lemos: “na Liturgia Deus fala ao Seu povo, e Cristo continua a anunciar o Evangelho. Por seu lado, o povo responde a Deus com o canto e a oração” (nº 33). Cantar, em vez de só recitar, as leituras e orações litúrgicas reforçam sua capacidade comunicativa e até mesmo, em algumas ocasiões, o canto chega a ser uma oração em si mesma.

Funções do canto litúrgico
São várias as funções do canto e da música litúrgica. Citamos principalmente três:

– É uma expressão poética. Por meio do canto, como dissemos antes, a palavra pode chegar a ter uma força comunicativa muito maior, ganhando expressividade e beleza.

– Cria um clima festivo e comunitário. Sendo o canto uma expressão do interior do homem que toca-lhe no seu mais íntimo e profundo, contribui para liberar sentimentos escondidos e reservados e tira as pessoas do individualismo, para criar um sentido de alegria comum e uma sintonia.

– O canto tem, além, uma função ministerial e sacramental. A música sacra está em função da liturgia para ajudar a assembleia a expressar e realizar duas atitudes internas para depois, transformá-las em vida.

Características da música sagrada
Usamos aqui o termo música sagrada referindo-nos à música usada no culto. Podemos identificar algumas características conforme estas funções antropológicas e litúrgicas.

O canto deve ser santo. Isso não quer dizer só rejeitar o que há de profano, mas assumir o caráter consagrado. Será santo o canto que se integra com a ação sagrada, usando os textos litúrgicos e expressando melodiosamente o significado destes textos.

Será bom o canto não só se conserva a perfeição técnica da música, mas quando consegue significar a realidade boa e perfeita do culto. Pelo canto conhecemos e experimentamos a bondade mesma de Deus.

O que a Igreja busca com a música não é só o prazer estético, mas a elevação espiritual que ajuda tanto à alma a chegar, através da ordem sensível, à ordem da graça. Por isso a Igreja estima tanto o canto gregoriano e o canto polifônico clássico, que criam um clima propício à oração.

Por todos estes motivos é importante sempre que o canto seja idôneo para a liturgia e, como os objetos litúrgicos, sirva o esplendor do culto com dignidade e beleza.

Uso dos instrumentos
Durante os primeiros séculos da Igreja, diferentemente dos judeus e pagãos, não usou instrumentos musicais no seu culto. O motivo talvez fosse à prudência pelas fortes perseguições ou pela associação ao profano e sensual, dado que os romanos usavam o órgão no teatro e no circo.

Com as invasões bárbaras ao Império Romano o órgão caiu em desuso. Em 757 o imperador bizantino Constantino V doou um órgão ao rei franco Pipino (pai de Carlos Magno), quem não hesitou em coloca-lo em uma Igreja.

Desde então o uso do órgão começou a difundir-se e a Igreja privilegiou seu uso como instrumento mais idôneo para a celebração. Mesmo que se privilegie este instrumento, não se excluem os demais. É preferível, porém, que acompanhem sempre os cantos e não seja só música instrumental. Compete à Conferência Episcopal aprovar os instrumentos aptos para a liturgia.

Conclusão
Santa Cecília é considerada a padroeira da música porque, conforme a ata dos mártires, enquanto caminhava ao seu martírio entoava cantos no seu interior. Que assim também seja a nossa vida, um continuo entoar louvores a Deus no nosso interior adorando-o e rendendo-lhe graças. Concluo com a frase do cardeal brasileiro dom Paulo Evaristo Arns que assim definiu a arte musical: “A música, que eleva a palavra e o sentimento até a sua última expressão humana, interpreta o nosso coração e nos une ao Deus de toda beleza e bondade”.

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