Em nome do Pai e do Filho e do Espírito. Amém.
Assim se inicia a Santa Missa. Ou ao menos deveria. Hoje, infelizmente, muitas invenções tem tirado este sagrado sinal do início da celebração. E todo ano surge alguma coisa nova. Mas nós, servidores do altar, não estamos aqui para as novidades. Como disse Bento XVI enquanto cardeal, “A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes”. E nós, servidores do altar, temos o dever de – a começar por nós mesmos – certificarmo-nos que buscamos ser, de fato, servos e não senhores da Liturgia.
O Instrução Geral do Missal Romano, a respeito deste rito, diz o seguinte:
Em seguida [à procissão da entrada], o sacerdote dirige-se à cadeira. Terminado o canto da entrada, e estando todos de pé, o sacerdote e os fiéis fazem o sinal da cruz. O sacerdote diz: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. O povo responde: Amém. (n. 124)
Aqui, portanto, destacamos algumas coisas a respeito do “Em nome do Pai” na Missa:
- Deve obedecer estritamente ao texto “Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo“.
- Ele deve ser rezado somente pelo sacerdote, e o povo se une respondendo o “Amém“
- Ele deve ser rezado da Cadeira do celebrante (Assim como todos os Ritos Iniciais, Credo e Oração dos Fiéis e os Ritos Finais)
- Ele deve ser feito apenas uma vez no início da celebração.
- Ele jamais deve ser subsituído por alguma música, ainda mais qualquer uma das famosas músicas de “Em nome do Pai”
Não podemos dizer nada sobre cantar as músicas anti-litúrgicas de “Em nome do Pai” em um momento de oração privada ou durante um momento de oração em algum grupo. Mas dentro da Santa Missa é absolutamente inadequado e reprovável este costume. Existem várias variações das músicas, mas todas são inadequadas pelos motivos expostos acima.
Bom é poder estar aqui amando, adorando e exaltando a Santíssima Trindade que estará aqui para fazer santo lugar: Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo. Amém. Louvemos e adoremos ao nosso Deus vivo! Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo. Amém. Podes entrar, Senhor, neste lugar.
Este é de longe o pior. Ouvindo isto, pode-se pensar que se está em qualquer lugar, menos na Igreja para vivenciar o Santo Sacrifício da Missa. A Missa já começa errado. Não bastassem as palmas ritmadas que acompanham a música e a dancinha repetida que perverte o Sagrado Sinal da Cruz, com quase uma imposição de mãos para o Senhor “entrar”…
Um absurdo.
Em Nome do Pai, em Nome do Filho, e do Espírito Santo, estamos aqui. Para provar do seu poder, pra ver milagre acontecer, sua presença que se faz no meio de nós.
Não sei se esta é nova, mas a vejo há pouco tempo. Perdoe-me os músicos que a executam, mas eu poderia apostar que esta música é protestante. Ela possui uma musicalidade características dos “louvores” pentecostais: Ritmo sentimentalista, letra melosa e abuso de alguns jargões neo-pentecostais “provar do seu poder”, “ver milagre acontecer”. Completamente avesso ao Espírito da Liturgia.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo estamos aqui. (2x) Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, estamos aqui, Senhor, ao teu dispô-ôôôr, para louvar e agradecer, bendizer e adorar e te aclamar, Deus trino de amor
O primeiro papel do servo, que está “ao dispor” é ser fiel às regras de seu mestre. Como pode um servo fazer uma bagunça e ainda dizer que está “ao dispor” do mestre? Deus, Nosso Senhor, nos deu a Missa, a maneira como quer ser adorado. Se nem isso somos capazes de obedecer, como podemos querer louvar, agradecer, bendizer e adorar?
Uma heresia branca e outra nem tanto
Heresia branca é uma posição sentimental que se manifesta sobretudo em uma piedade “adocicada” e uma posição doutrinal relativista justificada em “fazer o povo se sentir bem”, ou “fazer o povo participar melhor”. Neste caso, as músicas anti-litúrgicas do “Em nome do Pai” procedem de uma visão absolutamente deturpada da Liturgia e da Santa Missa.
Mas também, nestas músicas, há uma realidade contrária à fé da Igreja. Eu, sinceramente, acredito que os compositores não fizeram por mal, mas vemos nestas músicas uma amostra de uma ignorância a respeito da Santíssima Trindade.
Quando falamos “Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” estamos afirmando aqui uma grande verdade da fé. Estamos em nome do único Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Seria como se disséssemos: “Em nome de Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo”. Quando dizemos, no entanto, “Em nome do Pai, em nome do Filho e em nome do Espírito Santo” o próprio significado deste rito perde seu sentido. Estamos no nome das Três Pessoas, individualmente? São três deuses (triteísmo)? São uma pessoa só (Modalismo)? É preciso ter cuidado.
eu entendi que deve ser rezada pelo padre então ela não deve ser cantada nunca ou tem exceção se é cantada corretamente?