10 Questões sobre a Bíblia Sagrada

Resultado de imagem para bíblia sagrada católica

01 – Um Livro escrito em mutirão

Hoje qualquer pessoa tem acesso ao Livro mais famoso do mundo: a Bíblia Sagrada. Ela já foi traduzida para todas as línguas (aproximadamente em 1685 idiomas).

A Bíblia foi escrita por partes e em diversas etapas. Começou a ser escrita, mais ou menos, pelo ano 1250 antes de Cristo – no tempo de Moisés – quando o faraó Ramsés II governava o Egito. A última parte da Bíblia foi escrita no final da vida do evangelista e apóstolo São João, por volta do ano 100 depois de Cristo. Portanto, foram necessários 1350 anos para a Bíblia ser escrita.

O Museu Britânico e a Biblioteca do Vaticano guardam as cópias mais antigas da Bíblia.

02 – No que foi escrita a Bíblia?

No tempo que foi escrita a Bíblia não existia papel como hoje, muito menos as máquinas impressoras. A Bíblia foi escrita à mão, e em diversos materiais, como cerâmica, papiro e pergaminho.

CERÂMICA: conhecida como a arte mais antiga da humanidade. O barro servia para fazer desde vasos, até chapas, nas quais se escrevia. Muitos textos bíblicos foram escritos nesses “tijolos”.

PAPIRO: planta originária do Egito. Nascia e crescia espontaneamente às margens do Rio Nilo, chegando até a altura de 4 metros. Do Egito o papiro passou para a Síria, Sicília e Palestina (onde foi escrita a Bíblia). Do papiro era feita uma espécie de folha de papel para nela se escrever. Seu caniço era aberto em tiras e prensado ainda úmido. O papiro era ainda usado na fabricação de barcos e cestos. Dizem que 3.000 a.C os egípcios já escreviam no papiro. Tais folhas eram escritas só de um lado e depois guardadas em rolos. Daí que veio a palavra BÍBLIA. A folha tirada do caule do papiro chamava-se BIBLOS.

BIBLOS  Livro (plural de Biblos = BÍBLIA)

BÍBLIA  os livros ou coleção de livros.

PERGAMINHO: feito de couro curtido de carneiro. Começou a ser usado como “papel” na cidade de Pérgamo, pelo rei Éumens II 200 a.C. Pérgamo era uma importante cidade da Ásia Menor. Os egípcios, com inveja da grande importância da biblioteca de Pérgamo, não quiseram mais vender papiro para os moradores daquela cidade. Por isso, o rei de Pérgamo se viu obrigado a usar outro material para a escrita, que foi a pele de ovelha. O pergaminho se espalhou rapidamente para outras regiões.

Os pergaminhos, assim como as folhas de papiro, não eram “encadernados” num livro como fazemos hoje. Os antigos ligavam umas folhas às outras e faziam “rolos”.

03 – Como a Bíblia está dividida e em que língua foi escrita?

A Bíblia divide-se em duas (2) grandes partes: Antigo Testamento (AT) e Novo Testamento (NT).

ANTIGO TESTAMENTO: é formado por 46 livros escritos antes de Cristo. Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico ou aramaico, menos o Livro da Sabedoria, I e II Macabeus e trechos dos Livros de Daniel e de Ester, que foram escritos em grego.

NOVO TESTAMENTO: formado por 27 livros que contam a vida de Jesus e a formação da Igreja. O Novo Testamento foi escrito em grego, menos o Evangelho de São Mateus que foi escrito em aramaico.

Portanto a Bíblia é formada por 73 livros.
Sendo 46 Livros no AT + 27 Livros no NT

Bíblia = Livros

O hebraico era uma língua do Povo Hebreu ou Povo de Deus. Era especialmente religiosa.  O aramaico era uma língua usada no meio diplomático.

No tempo de Jesus já não se usava mais o hebraico e sim o aramaico.

Na Bíblia a palavra TESTAMENTO tem o sentido de:
ALIANÇA ANTIGA ALIANÇA e NOVA ALIANÇA.

Toda a Bíblia gira em torno da Aliança que Deus fez com seu povo.

ALIANÇA – é um contrato muito especial. Um pacto de amor entre as pessoas. Um compromisso de fidelidade entre Deus e os homens. No Antigo Testamento essa Aliança foi selada com um sinal visível:

Decálogo  Dez Mandamentos

A Aliança foi gravada na pedra e selada com o sangue dos animais.

No Novo Testamento a Nova Aliança é gravada no Espírito e selada com o Sangue de Jesus. A Nova Aliança ao contrário da Antiga Aliança que era feita somente com o Povo de Israel, é uma Aliança Universal, aberta a todos os homens que aceitam a proposta da Salvação trazida por Jesus.

A Antiga Aliança é a promessa; a Nova é a sua realização. Cristo é a plena realização da Antiga e Nova Alianças. Ele é o “Alfa” e o “Ômega” (Alfa e Ômega são a primeira e a última letra do alfabeto grego). Significa que Jesus é o começo e fim de todas as coisas.

04 – “Muitos Livros” num só Livro

A Bíblia é um livro de volume único, que reúne muitos assuntos diferentes. A cada um desses assuntos dá-se o nome de Livros. Exemplo: há um trecho da Bíblia que fala da saída do povo de Deus do Egito – Livro do Êxodo (a palavra Êxodo significa saída).

De onde é tirado o nome ou o título do livro: O nome é tirado de diversos lugares e de vários modos:

  • Assunto contido no Livro. Ex: Livro da Sabedoria;
  • Nome do autor do Livro. Ex: I Carta de São Pedro;
  • Nome da comunidade para a qual o Livro foi escrito.
    Ex: Carta aos Romanos;
  • Nome do personagem central em torno do Livro. Ex: Livro de Josué.

05 – Bíblia, o Livro inspirado por Deus.

O principal Autor da Bíblia é DEUS. Os escritores sagrados (homens) registraram suas experiências de fé e de vida, inspirados por Deus. Antes desses Livros serem registrados – TRADIÇÃO ESCRITA – tais experiências eram passadas oralmente de geração em geração – TRADIÇÃO ORAL.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus
e útil para ensinar e para convencer, para corrigir
e para educar na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e preparado para as boas obras”
(2 Tm 3, 16-17)

HAGIÓGRAFO: é aquele que escreve a Palavra de Deus. Ele é inspirado pelo Espírito Santo.

Quando falamos em Livros Inspirados, entendemos aqueles Livros que formam a Bíblia Sagrada. São os 73 Livros, reconhecidos oficialmente pela Igreja como tais. São chamados Livros Canônicos. Essa inspiração para escrever Livros da Bíblia já foi encerrada no tempo dos Apóstolos. Agora não se acrescenta mais nenhum Livro.

LIVROS APÓCRIFOS: São os Livros não inspirados. Também não quer dizer que sejam falsos. São até piedosos e edificantes. Seus escritos estão misturados com lendas e muita imaginação. Não fazem parte dos Livros Canônicos.

06 – Modo de falar dos hebreus

Precisamos ter bem claro que os escritores da Bíblia eram pessoas simples, diferentes dos gregos e latinos, que eram desenvolvidos na filosofia e usavam uma linguagem racional. O povo de Deus usava uma linguagem bem concreta, personificando seu pensamento.

Ex: “humanidade” = carne (Gn. 6, 12); Para dizer que a mulher tinha a mesma natureza humana do homem, Adão se expressou com esta linguagem: (Gn 2,23) – “Eis agora aqui, o osso de meus ossos e a carne da minha carne”.

Quem não leva em conta essas coisas próprias da língua do povo que escreveu a Bíblia, não vai entender a Palavra de Deus.

07 – A palavra “irmão” e os hebraísmos

Os orientais gostavam muito de usar provérbios. Recorriam as hipérboles (expressões exageradas).

Ex: “É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus”.(Mt. 19, 24).

Outra coisa que precisamos entender são os “HEBRAÍSMOS”, ou seja, certas expressões próprias da língua hebraica que não tem tradução em outras línguas. Ex: alguém ama uma pessoa mais que a outra – ama uma pessoa e odeia a outra (Lc. 14, 26).

Precisamos notar também a palavra “IRMÃO”. No hebraico não existem as palavras “primos, tio, tia, sobrinhos, etc.”   Qualquer parentesco usa-se a palavra Irmão. Ex: Mt. 13, 55-56; Mt. 12, 48; Gn. 11, 27-28; Gn. 13, 8

08 – Formas literárias da Bíblia

Para entendermos qualquer Livro da Bíblia, precisamos saber a que gênero literário pertence, ou seja, a forma de literatura usada para escrever. Forma literária é o conjunto de regras e expressões usadas para escrever tal tipo de Livro. Os gêneros literários que se encontram na Bíblia são os seguintes:

  • Tratados Religiosos: Com aparência de narração histórica, apresentam verdades religiosas. Não podem ser entendidos como história propriamente dita. Ex. Gn. 1 a 11.
  • História Popular: é quando mistura um pouco de história verdadeira com elementos de fantasia. Trata-se de um modo de ensinar a religião.
  • Histórias Descritivas: Possui uma finalidade religiosa, mas os personagens e os fatos são todos verdadeiros, documentados pela história.
  • Gênero Didático: São Livros que trazem instruções religiosas ou morais. Fazem recomendações e dão orientações de vida.
  • Gênero Profético: Apresentam a Palavra de Deus através dos profetas, que advertem, repreendem e encorajam o Povo de Israel diante da realidade em que vive.
  • Gênero Apocalíptico: São visões proféticas sobre a sorte do Povo de Deus.
  • Gênero Poético: Apresenta a Palavra de Deus à maneira de poesia, usando, portanto, de maior liberdade e recurso literário.
  • Gênero Jurídico: é a Palavra de Deus apresentada sob a forma de Lei. É um modo de escrever bem diferente daquele usado na poesia.
  • Gênero Epistolar: “Epistola” é uma palavra latina que significa carta. O gênero epistolar traz a Palavra de Deus à maneira de Cartas dirigidas a certas comunidades ou pessoas.

09 – O significado dos números na Bíblia

Na mentalidade dos povos antigos, os números tinham um sentido simbólico. Muitas vezes significavam qualidade e não quantidade. Os orientais não sabiam falar sem recorrer ao simbolismo dos números e dos provérbios. Assim, por exemplo, para dizer que uma pessoa era virtuosa e abençoada por Deus, a Bíblia diz que tal pessoa viveu uma grande soma de anos.

Os números ímpares eram sempre mais perfeitos que os pares. Pelo fato de serem mais facilmente divisíveis, os números pares eram inferiores, pois davam a idéia de coisa fraca. Os números simbólicos mais freqüentes na Bíblia são: UM, TRÊS, SETE, DEZ e DOZE. O Dez e o Doze não são ímpares, mas tinham uma razão especial para entrar na lista dos números simbólicos.

  • UM: era o número perfeito por excelência, por ser o primeiro ou origem dos outros números.
  • TRÊS: era número perfeito por ser o primeiro composto de ímpar, e por representar o triângulo, que era uma figura perfeita, com três faces iguais.
  • SETE: o mais significativo na linguagem bíblica. Começa por isto: Deus fez o mundo em sete dias (Gn. 1, 1-31; 2, 1-2). Indicava perfeição e totalidade.
    Quando Pedro perguntou a Jesus se deveria perdoar o irmão até sete vezes, o Senhor respondeu-lhe: – “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt. 18,21-22). O perdão deve ser completo – infinitamente.
  • DEZ: entrou na lista dos números perfeitos, apesar de não ser ímpar, porque dez são os dedos das mãos. E essa era a maneira primitiva de se contar.
  • DOZE: era um número simbólico porque o ano divide-se em 12 meses. Indica plenitude e perfeição. As tribos de Israel eram doze (Gn 35, 22-26). Os Apóstolos eram doze (Mt 10,1-5). O número dos eleitos era 144 mil, sendo doze mil de cada uma das tribos de Israel (Ap.7,4-8).

10 – Nome de Deus na Bíblia

Quando Jesus nasceu, foi-lhe dado um nome. Antes disso, não se encontra na Bíblia nenhum lugar onde se dê um nome a Deus. Mesmo quando Moisés perguntou a Deus qual era o Seu Nome, Deus não lhe disse qual o Seu Nome. Mas usou de expressão em lugar do nome.

Para o Povo de Deus o nome não era apenas uma palavra externa com a qual chamamos alguém. O nome possuía um conteúdo interior. Deveria significar aquilo mesmo que a pessoa era no íntimo de seu ser. Daí a dificuldade de se chamar Deus por um nome. Quem poderia penetrar o íntimo divino?

Na Bíblia encontramos certas expressões que designavam a Pessoa Divina. Eis as mais conhecidas:

  • Elôhim: é o plural de “El” ? O SENHOR.
  • ADONAI: quer dizer MEU SENHOR ou MEU DEUS.
  • ELYON: significa a parte mais alta de um lugar. É usada para dizer O DEUS ALTÍSSIMO.
  • SADDAI: palavra que significa O TODO PODEROSO.
  • JAVÉ: (Jaheweh) quer dizer: EU SOU AQUELE QUE SOU.
  • Jeová: é uma tradução errada de “Yahweh”.Os judeus tinham excesso de respeito com o nome de Deus. O segundo mandamento do Decálogo (10 mandamentos) não permitia que se pronunciasse o nome de Deus em vão.  Então por medo de usar indevidamente um nome tão sagrado, os judeus passaram a escrever “Javé” somente com as quatro consoantes, sem as vogais. Então ficou YHWH. Mais tarde, colocaram as vogais da palavra Adonai e surgiu ” Yehowah” ( Jeová ) em lugar de Yaheweh ( Javé ). Quer dizer DEUS.
Publicado em Uncategorized

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Magnificat anima mea Dominum
Inquisição on Line
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 1
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 2
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 3
Curso de liturgia da Santa Missa // Padre Paulo Ricardo // Parte 4
Catecismo de Adultos – Aula 01 – A Revelação Divina – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 02 – O Modernismo, o problema atual na Igreja – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 03 – Deus Uno e Trino – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 04 – A Criação em geral e os anjos – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 05 – Os anjos e o homem – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 06 – A Teoria da Evolução contra a Ciência e a Filosofia – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 07 – Cristo Nosso Senhor e Maria Santíssima – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 08 – Aula 08 – O modo de vida de Jesus Cristo – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 09 – As perfeições de Cristo e a Paixão – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 10 – A Cruz, os infernos e a Ressurreição de Cristo – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 11 – A Ascensão, os juízos particular e final, e o Espírito Santo – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 12 – Como saber qual a verdadeira Igreja de Cristo? – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 13 – A Igreja Católica e a Salvação – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 14 – A Infalibilidade da Igreja e a união da Igreja e do Estado – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 15 – Da comunhão dos santos à vida eterna – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 16 – Os princípios da oração – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 17 – Como rezar bem? – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 18 – Os tipos de oração – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 19 – O Pai Nosso – Padre Daniel Pinheiro

 

Catecismo de Adultos – Aula 20 – A Ave Maria e o Santo Terço – Padre Daniel Pinheiro

 

Catecismo de Adultos – Aula 21 – A Meditação Católica – Padre Daniel Pinheiro
Catecismo de Adultos – Aula 22 – Introdução à moral católica: uma moral das virtudes – Padre Daniel Pinheiro
Lutero e o Protestantismo: A História da Reforma – Profa. Dra. Laura Palma
Lutero e o Protestantismo: Vida de Lutero – Prof. André Melo
Lutero e o Protestantismo: Sola Scriptura – Profa. Dra. Ivone Fedeli
Lutero e o Protestantismo: Sola Fide – Prof. Marcelo Andrade
Lutero e o Protestantismo: Sola Gratia – Pe. Edivaldo Oliveira
Mídia Católica
Atualizações
Translator
Italy
Calendário
abril 2018
D S T Q Q S S
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
2930  
Visitantes
  • 5.091.520 acessos desde 01/05/2011
religião e espiritualidade
religião e espiritualidade
Categorias
Links
%d blogueiros gostam disto: