Venerar x Adorar x Rosário

Uma das mais freqüentes e insistentes acusações que nós, católicos, sofremos de nossos irmãos protestantes é a de praticar “idolatria”. Mas, trata-se de uma acusação absolutamente ausente de fundamentos, que somente pode ser explicada pelo desconhecimento da Palavra de Deus. Acredito, também, que seja porque não sabem o que é idolatria.

Idolatria não é o uso de imagens no culto divino, mas prestar a uma criatura o culto de adoração que devemos unicamente a Deus. É este o ensinamento da Igreja. Portanto, eu desejo que os irmãos protestantes, me façam o favor de divulgar o trecho do Catecismo da Igreja que ensina a idolatria, já que afirmam com tanta veemência que ela é idólatra.

Antes de continuar, preciso explicar que quando veneramos uma imagem, na verdade veneramos a pessoa a qual ela representa, cuja vida é digna de servir de exemplo de santidade e não um simples objeto de madeira, porcelana, metal, ou seja lá o material do qual tiver sido feita.

Seguindo, sinto a necessidade de explicar a diferença entre venerar e adorar. Desculpem-me os mais esclarecidos, mas acreditem, já ouvi protestante dizer que as duas palavras significam a mesma coisa. Ora, tratemos então de enviar uma carta a Aurélio Buarque de Hollanda (que Deus o tenha) pedindo a ele que retire uma das duas palavras do dicionário, porque assim não dá!!! Duas com o mesmo significado??? Será que ele não reparou isso?

Venerar: respeitar.
Adorar: prestar culto a divindade, venerar, amar extremosamente.

Está armada a confusão! O fato de a palavra adorar trazer entre seus significados, o termo venerar, já bastou pra chutarem o raciocínio lógico de lado. Mas como pessoa culta que você é ,certamente você se utilizará do seguinte raciocínio:

 
Hierarquizando as duas palavras, podemos considerar que adorar é uma atitude superior a venerar. Portanto, quem adora, venera. Quem adora, respeita. Não há como existir um sentimento de adoração se não houver respeito. Em contrapartida, é errado dizer que quem venera, adora. Uma pessoa não precisa ser Deus pra ser venerada, respeitada.

Pra efeitos didáticos, me utilizarei da seguinte analogia: Observemos um casal que começou a namorar. Como esse casal ainda não se conhece, eles apenas trocam entre si declarações do tipo: “eu te admiro”. Mas esse casal passou anos namorando. Até que chegou o dia em que um virou pro outro e disse: “eu te amo”. Ora, o fato de eles dizerem “eu te amo”, não quer dizer que eles não mais se admiram, mas apenas que o sentimento evoluiu e se tornou superior.

Assim acontece com a veneração e a adoração.
Então: quem ama, admira. Mas nem sempre ao admirarmos, amamos. Quem adora, venera. Mas nem sempre ao venerarmos, adoramos.

Agora sabemos a diferença entre venerar e adorar. Mas ainda resta o seguinte questionamento: Como saber distinguir se alguma veneração não se assemelha a uma prática idólatra? Apesar de a Doutrina da Igreja condenar a idolatria, muitas pessoas infelizmente praticam-na estando dentro dela. Da mesma forma como muitas pessoas mantém relação sexual fora do casamento, apóiam o aborto, a pena de morte, a camisinha. Ou seja, trata-se de uma ofensa a Deus como outras.

Portanto, é preciso definir bem as coisas. Definir até onde vai a veneração e onde começa a adoração.
Para isso, a Igreja nos dá o seguinte discernimento:
o culto de dulia (honrar) é culto devido aos anjos e aos santos.
o culto de hiperdulia (honra maior) é culto devido à Mãe de Deus.
o culto de latria (adorar) é culto devido somente a Deus.

Enfim, este é um tema muito extenso, e não menos interessante.

Quanto à questão dos cultos de Latria e Dulia, afirmam que não há diferença entre eles. Então vamos recorrer à Bíblia para compreender a questão. A respeito do termo Dulia, a Bíblia testemunha:

Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. SERVI (Douleuontev) ao Senhor (tw Kairw). (Rom 12, 11)

“th spoudh mh oknhroi tw pneumati zeonteV tw kairw DOULEUONTEV”

Isso faz supor que a variação do termo DOULIA (veneração, honra, serviço) seja realmente dedicada ao Senhor, o que poderia fazer supôr que seja equiparado ao termo Latria.

Não haveria diferenças entre eles. No entanto encontramos o mesmo termo:

“Tende boa vontade em servi-los (douleuntev) como a Cristo (Tw Kuriw)” (Efésios 6, 7)
“met eunoiaV DOULEUONTEV tw kuriw kai ouk anqrwpoiV“

Também encontramos o termo Doulia em outros casos como o serviço (honra) que um filho presta ao pai:

“Há tantos anos que eu te sirvo (doulew), e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos.” (Lucas 15, 29)

“Foi-lhe dito: O maior servirá (honrará = douleusei) ao menor, conforme está escrito: Amei a Jacó e aborreci a Esaú.

“Os que tem senhores fiéis não os desrespeitem, por serem imrãos; ao contrário, que os sirvam (douleuetwsan) ainda melhor, porque são fiéis e amigos de Deus, que se beneficiam de seus bons serviços.” (1Tim 6, 2)

Como vê, o termo doulew (Dulia, Doulia) e seus derivados podem e são utilizados para outros fins que não a Deus sem que isso se torne prática de idolatria.

Isso ocorre justamente porque os termos LATRIA e DULIA não são sinônimos e não são correspondentes. O termo DOULIA pode ser traduzido como SERVIÇO e como HONRA.

E é no segundo sentido, mais apropriado que a Igreja se apóia para honrar os santos que nos precederam na vivência heróica do Cristianismo.

 
 

Vã Repetição?

O Rosário é realmente uma repetição de orações… mas não uma vã repetição… ou apenas uma repetição.
Nesta passagem de S. Mateus (6,7: “‘E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos'”), nosso Senhor está condenando os Fariseus que “quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa” falam a Deus para serem vistos pelos homens.

Nosso Senhor jamais condenou a repetição de orações. Ele mesmo repetiu a mesma oração três vezes no jardim do Getsemani (Mateus 26: “39. E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: ‘Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres’… 42. Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: ‘Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade’… 44. Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras”). O cego repetiu sua prece e foi curado por Cristo (Mateus 20,30: “E eis que dois cegos, sentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: ‘Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós’. E a multidão os repreendeu, para que se calassem; eles, porém, clamaram ainda mais alto, dizendo: ‘Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós'”). Nós temos falado que ao anjos de Deus no céu nunca cessam de repetir, dia e noite o cântico: “Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir” (Apocalipse 4,8).

No Rosário, os Católicos repetem as orações das Escrituras: a Prece do Senhor (Mateus 6) e a Saudação Angélica ou “Ave Maria” encontrada em Lucas 1,28.

 
No Rosário o que repetimos são orações (versiculos) Biblicos:

– O Pai-Nosso (Mt 6, 9-13)
– Ave Maria (Lc 1,28-55, João 2: 1-11). A segunda parte é nossa resposta confiante acolhendo a Mãe de Deus que nos foi dado.
– O Gloria ( II Corintios 13,13 ).

Não se deve confundir a oração com a “multiplicação de palavras” com a “oração insistente” que nos ensina Jesus.

Insistir é recair sobre o mesmo tema. A oração insistente é por si mesma repetitiva mais não necessariamente é “mulplicação de palavras” . Depende da disposição do coração.

Jesus nos ensina a rezar de coração, como Ele mesmo reza, sendo todo amor e obedincia ao Pai. Os que sabem rezar são humildes, os que de coração clamam o Senhor se reconhecessem necessitados d’Ele a cda instante, pois são como as crianças.

O problema não é a repetição mas sim o discurso vão. O Santo Rosário e outras orações repetitivas , quando rezadas de coração , meditando seus mistérios com humildade , não somente são aceitaveis mas também constituem uma “oração insistente” tal como é recomendada na Biblia.

A oração repetida também é um meio de se evangelizar tendo em vista que um mal que ainda hoje aflige que é o analfabetismo, no tempo mais antigo era muito maior, com a observação que nao existia a imprensa e portanto não havia biblias disponiveis para se ter em casa como hoje.

Se hoje com o analfabetismo a Palavra de Deus fica dificil para estes imagina antes?

Como evangelizar? Como tornar acessivel a Palavra da Sagrada Escritura a todos?

Claro! atraves da oração, atraves da oração meditavam partes da Biblia (Como vismo as referencias biblicas no artigo acima de cada oração do Rosario) e tinham assim a possibilidade de aprofundar na fé.

Concluindo então, a oração repetida era também instrumento de evangelização e é ainda nos dias de hoje.

 
Mistérios GOZOSOS
 
1º- No primeiro mistério gozoso contemplamos a anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora.
2º- No segundo mistério gozoso contemplamos a visita de Nossa Senhora a sua prima Isabel.
3º- No terceiro mistério gozoso contemplamos o nascimento de Jesus em Belém.
4º- No quarto mistério gozoso contemplamos a apresentação de Jesus no templo.
5º- No quinto mistério gozoso contemplamos a perda e o encontro de Jesus no templo.

Mistérios DOLOROSOS

1º- No primeiro mistério doloroso contemplamos a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras.
2º- No segundo mistério doloroso contemplamos a flagelação de Jesus atado à coluna.
3º- No terceiro mistério doloroso contemplamos Jesus sendo coroado de espinhos.
4º- No quarto mistério doloroso contemplamos Jesus carre gando a cruz para o Calvário.
5º- No quinto mistério doloroso contemplamos a crucificação e morte de Jesus na cruz.

Mistérios LUMINOSOS

1º- No primeiro mistério luminoso contemplamos o Batismo de Jesus no Rio Jordão.
2º- No segundo mistério glorioso contemplamos Jesus Cristo nas Bodas de Caná.
3º- No terceiro mistério glorioso contemplamos o Anúncio do Reino de Deus.
4º- No quarto mistério glorioso contemplamos a Transfiguração de Jesus.
5º- No quinto mistério glorioso contemplamos a Instituição da Eucaristia.

Mistérios GLORIOSOS

1º- No primeiro mistério glorioso contemplamos a ressurreição de Jesus Cristo.
2º- No segundo mistério glorioso contemplamos a ascensão gloriosa de Jesus ao céu.
3º- No terceiro mistério glorioso contemplamos a vinda do Espírito Santo no Cenáculo.
4º- No quarto mistério glorioso contemplamos a Assunção de Nossa Senhora ao céu.
5º- No quinto mistério glorioso contemplamos a coroação de Nossa Senhora como Rainha do céu e da terra
 
 
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