Maria, Mãe de Deus

O título de “Mãe de Deus” não quer dizer que Maria gerou Deus na sua eternidade. Ninguém é anterior a Deus. Deus é o princípio e o fim. Existe antes de todos os séculos. Mas Deus Filho quis, na plenitude dos tempos, assumir a natureza humana e o fez, no seio da Virgem Maria.

Maria é criatura de Deus e Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem. Então, Maria, é Mãe de Deus feito Homem, no tempo.

Toda mãe é mãe de alguma pessoa. E Maria? Maria é mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que dela assumiu a carne humana. Porém ser mãe, não é apenas ser mãe da carne humana, mas de toda a realidade do seu filho. O Filho de Maria tinha uma só Pessoa, um só Eu – divino. Daí dizer-se que Maria é Mãe de Deus, enquanto Deus feito homem.

O título de Theotókos, que significa Mãe de Deus, foi definido pelo Concílio ecumênico ou universal de Éfeso em 431 e podemos, com certeza, afirmar que é um título bíblico.

“Donde me vem a honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?”

Lc 1, 43

Isabel a proclamar estas palavras estava “cheia do Espírito Santo”(cf Lc 1, 41), o que a “impedia” de cometer um engano. Isabel, naquele momento, falava o que o Espírito de Deus lhe “soprava”.

A palavra Senhor, na tradução bíblica dos LXX vem da palavra Kyrios, que por sua vez equivale a Yahweh no texto hebraico. O título “Mãe de Deus” então é um título bíblico.

E como nós devemos nos relacionar com a Mãe de Deus?

São Paulo nos diz que: “Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos.” (Rm 8, 29)

Desta Palavra, escrita por São Paulo, temos que toda a piedade do cristão deve tender a fazer do cristão um outro Cristo. – somos predestinados a ser conforme à imagem de Cristo. Considerando ainda que, em Gálatas 3, 27 encontramos que “Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” e admitindo que “revestir” para os antigos é mais do que trajar uma peça de roupa; é fazer o papel de… no caso: fazer as vezes do Cristo,  agir como Cristo. Desta forma devemos nos relacionar com a Mãe de Deus, como Cristo fazia. E o que havia no coração de Jesus em relação a Maria Santíssima, Sua Mãe?

No coração de Jesus havia um olhar filial para Maria, de quem recebera todo o seu ser humano, sem interferência do Varão. Podemos demonstrar, brevemente,  este “olhar filial” com duas atitudes de Jesus em relação a Maria descritas na Sagrada Escritura:

  • Nas Bodas de Canã: ” Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus, disse-lhe: “Eles não têm mais vinho.” Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou.” Disse, então, sua mãe aos serventes: “Fazei o que ele vos disser.” … Este foi o primeiro milagre de Jesus.” (Jo 2, 3ss;11)
  • Pregado a cruz: “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse  à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho.” Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe.” E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.” (Jo 19, 26s).

Em ambos os relatos podemos aprender como deve ser o nosso relacionamento com Maria, pelo exemplo de Jesus. No primeiro, nas Bodas de Canã, Jesus mostra sua obediência a Maria, mostra sua “submissão” a seus pedidos. No segundo relato, já no fim de sua vida terrestre, Jesus mostrou-se solícito para com sua Mãe, entregando-a aos cuidados de João e este, representando toda a Igreja, aos cuidados de Maria. Desta forma, Jesus cuidou de Maria ao entregá-la a João e cuidou de cada um de nós, dando-nos, como filhos, a Maria.

Assim sendo, nós cristãos devemos saber que quanto mais o cristão for outro Jesus, tanto mais deverá saber que é filho de Maria e agir de forma obediente e solicita para com ela. É o próprio Jesus que quer que haja relacionamento de mãe e filho entre nós e Maria Santíssima. E, como nas bodas de Canã, por intercessão de Maria, Jesus manifestou a sua glória (Jo 2, 11), também hoje, por intercessão de nossa Mãe do Céu, Ele manifestará a Sua glória na vida de cada um de nós.

É importante esclarecer ainda que nós, católicos, não adoramos Maria Santíssima, mas a veneramos. Adorar é reconhecer a absoluta soberania de alguém, o que só se pode fazer frente a Deus. Venerar é honrar, reverenciar. Maria é certamente, a mais digna de veneração.

A nossa prece, a cada dia, é para que possa ser mais amada por cada um de nós, “aquela” a quem Jesus confiou João e, através deste, a humanidade inteira (cf Jo 19, 26-27)

 

 

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